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quarta-feira, 15 de março de 2017

CRÔNICAS



TOTAL INSENSATEZ EM DIAS DE TORMENTA
Ricardo De Benedictis

“A Insensatez” parece-nos o termo ideal para definir os atos de alguns e os fatos divulgados na mídia e nem sempre negados pelos seus protagonistas e coadjuvantes, em vários níveis de governo, no Brasil e no mundo.

Na mesma semana em que o senador Renan Calheiros, que é réu no STF, dizer que o ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha continua mandando no governo, mesmo preso em Curitiba, o fiel escudeiro do ex-deputado, o também deputado Carlos Marun (PMDB/MS) é eleito para presidir uma importante comissão na Câmara. E logo depois, o governador Pezão (PMDB/RJ) cria uma nova secretaria para nomear a ex-deputada Georgina Almeida e teve que recuar porque ela está condenada pela Justiça, com os direitos políticos cassados. São prejuízos mal calculados e atitudes mal pensadas em tempo de crise.

Na mesma ocasião o ex-presidente Lula depõe como réu na Lava-jato, em Brasília e faz uma peça de propaganda política bem pensada, visando o pleito de 2018. Ao mesmo tempo, um cidadão que vive da política,  sem cargos ou horários a cumprir, mas com polpudos salários, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, vem para o PDT de Lupi e aparece na TV como ‘salvador da pátria’, como se os brasileiros houvessem esquecido sua aliança eterna com Lula e Dilma. Ele apresenta saídas e solução para tudo, segundo diz. Enquanto isso, o PDT está sendo investigado por ter recebido propina da Odebrecht.

No governo, o presidente Temer vem trabalhando para dar feição ao seu governo. Destinou verbas que faltavam e inaugurou o eixo leste da Transposição das águas do São Francisco, em Pernambuco e na Paraíba, e ainda autorizou as obras para finalização do eixo norte da obra que segundo dizem, deve ser concluída em dezembro. Ao lado disso, tem sido chantageado por Renan e outros, da bancada do PMDB para criar um novo ministério e aumentar ainda mais o rombo das contas públicas.

Da parte do Judiciário, o ministro Marco Aurélio Melo, mandou soltar o goleiro Bruno que, num passe de mágica, conseguiu um contrato com o Boa Esporte da cidade intergalática de Varginha, que agora tem um novo ET assombrando sua população, enquanto os patrocinadores fogem e a imprensa engorda sua audiência com um noticiário presente e épico, contando todo o resumo da macabra empreitada que culminou com a morte de Elisa Samudio. Esquecem de criticar o Tribunal de Justiça de Minas, que a 3 anos se debruça para julgar um recurso da defesa do goleiro e o ministro do STF (que adora aparecer) e batem na parte mais fraca, trazendo uma cortina de fumaça para as reformas que o governo federal mandou para o Congresso.

Outra discussão que entra na berlinda é sobre a educação, em que algumas escolas passaram a eleger a ‘letra cursiva’ em lugar da letra de bastão ou de forma, que jamais deveriam ter sido aceitas e/ou adotadas. Com essa prática nociva, tiraram a identidade da ‘caligrafia’ (termo em desuso) que era marca da escola do século XX.

E por falar em escola, vez por outra aparecem palavras e termos que são repetidos à exaustão em palestras e nos discursos acadêmicos, depois levados para o cotidiano. Em(poder)amento (da mulher), corte, resiliência e tantas outras (os) que nada acrescentam à nossa língua e nos distanciam da realidade do dia-a-dia.

A ANAC inventou a cobrança de bagagem para favorecer as empresas aéreas num país cujas tarifas são as mais altas do mundo. A Justiça Federal atendeu um pedido liminar e proibiu o andamento dessa pixotada do governo. Agora a AGU – Advocacia Geral da União vai ao Tribunal Federal para derrubar a liminar. Francamente, onde está o bom senso do governo?

Outra pixotada. O governo, através da ANEEL, anuncia que vai ‘devolver’ 1 bilhão e 800 milhões aos consumidores de energia. Isso aconteceu na sexta-feira. Na segunda, o mesmo governo anuncia que vai haver aumento da tarifa e que a devolução prometida vai ser feita na conta de abril.

O ministro ‘A’ diz que Caixa 2 é crime eleitoral, mas nem sempre é crime penal. O ministro ‘B’, diz que ambos são crimes e agora, o Procurador Janot diz que o Caixa 1 também pode ser criminoso e pede para abrir inquérito contra o senador que recebeu Caixa1. Em meio a todo esse imbróglio, a Inglaterra vai mesmo sair da União Européia (e já vai tarde), enquanto a Escócia quer fazer novo plebiscito para sair do Reino Unido. A Turquia, através do presidente/ditador Erdogan classifica a Alemanha e a Holanda de ‘bandidos’. E nos States, Trump manda outro decreto draconiano contra os imigrantes e a França autoriza as empresas a proibirem véus muçulmanos e a ‘burca’. Francamente, vão catar bolinhos!

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