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sábado, 24 de março de 2018

Nando da Costa Lima - Crônica

ESSA ESTÓRIA DE HISTÓRIA COM “H”
Nando da Costa Lima
             Isto faz parte da história. É claro que a gente, além de aumentar um pouquinho, só revela o milagre! É que os fatos e a imaginação se misturam na memória, tem muito tempo que escutei! Foi em 1950, quando Getúlio Vargas, em campanha presidencial, veio parar aqui em Conquista. Os “cumpade” Cabo Thiago, Dória e Alfredinho foram os responsáveis pela segurança da ilustre visita. Tinha gente de tudo que é canto: Guigó, Piripiri, Ibicuí, Iguaí, uma comitiva de poetas de Poções, Lagoa da Pedra, Jequié... Tinha gente até do norte de Minas. O Bicho de Pedra Azul não veio não, é mentira. Ele estava numa passeata em São Paulo. O evento se tratava de um ex-presidente concorrendo novamente à presidência. Uma das imprensas mais tradicionais da Bahia já naquela época, a de Condeúba, veio cobrir o evento, não era qualquer coisa não! A cidade se preparou, tava um brinco. O candidato chegou num dia e se picou no outro, foi o presidente que mais demorou em Conquista. Tinha que sair catando votos e apagando a fama de ditador Brasil afora. Aqui em Conquista o foguetório em sua homenagem foi comentado até em Salvador. O comício foi na Praça Barão do Rio Branco, que faz parte da história política de Conquista. A praça tava lustrando! Parecia uma capital no feriado de 7 de Setembro, só tinha gente arrumada! Mas, como em todo comício, tinha vendedor de tudo o que se pode imaginar: mariola, quebra-queixo, taboca, rolete de cana, doce de umbu, pirulito...”Olha o pirulito enfiado no palito”. E é claro, não podia faltar doido, como a Terra do Frio sempre foi carente de doidos, mandaram buscar dois numa cidade vizinha. Comício sem doido não é comício. Um discursando a favor e o outro contra o presidente. Correu tudo como planejado pelas senhoras da terra, o comício foi impecável e o ex-presidente ficou muito grato com a simpatia e os prováveis votos obtidos no Planalto da Conquista. A Terra do Frio parece que votou fechado com Getúlio Vargas, tem até um busto dele na Serra do Maçal (quanto à votação unânime, eu não tenho certeza. Dr. Rui Medeiros pode informar melhor sobre isso e sobre o caso seguinte).
            Mas o que quase ninguém ficou sabendo aconteceu nos bastidores, numa madrugada duma Conquista gelada, tava tão frio que Getúlio lembrou da terra natal. Naquele tempo fazia frio o tempo todo! Pois bem: o Hotel Albatroz, apesar de ser o mais renomado da região, só tinha quartos, os banheiros eram coletivos. Acho que tinha um ou dois banheiros por andar. E foi por isso que o grande estadista passou um aperto de mais de uma hora na fila do banheiro do Albatroz, atacou uma caganeira daquelas que o suor da testa fica gelado. Foi aquele ensopado de bode com pequi que um cabo eleitoral serviu pra comitiva numa das muitas cidades que Getúlio passou em campanha. Quando o presidente deu vontade de arriar, correu pro corredor onde ficava o banheiro. O homem tava mal...Tava trajando um roupão de seda azul celeste (coisa de rico), mas nem isso comoveu os dois caixeiros viajantes que estavam na frente da fila, eram clientes antigos do hotel! Nenhum dos dois quis ceder o lugar praquele tampinha que estava se contorcendo todo. Eles nem imaginavam que se tratava de Getúlio. Se Seu Viana, o dono do hotel, estivesse acordado, nada disso teria acontecido! Mas não, os viajantes fizeram até piada com o homem. Comentaram sorrindo: “O velho tá doido pra dar uma cagada”, e pra completar falaram que o uso do banheiro era por ordem de tamanho. Estavam bêbados! Getúlio nem sorriu e voltou pro quarto retado, nem uma carteirada quis dar por que não dava tempo! Eu só sei que depois que ele foi embora nunca mais um candidato a presidente pernoitou aqui em Conquista. Deve ter sido o presidente e a comitiva que espalharam pros políticos da época que evitassem comer ensopado de bode com pequi e, principalmente, não pernoitar em Conquista. “Nos hotéis de lá você tem que pegar fila pra ir ao banheiro, é um suplício, trabalhadores do Brasil!”. História é um negócio bonito, a gente fica sabendo de tudo! O pessoal do Hotel Albatroz falou que teve de lavar e enxaguar o roupão presidencial mais de dez vezes em água fervendo pra saírem as manchas. O cheiro ativo do piquí permaneceu por muito tempo, só saiu quando lavaram com lavanda Lancaster. A cueca teve que ser queimada, ficava feio botar uma peça de roupa naquele estado pra lavar. A direção do hotel acertou na decisão, aquela mania besta de gravar as iniciais em tudo que é roupa podia complicar. Mas o roupão não era aquela “lindeza” que teve que ficar em Conquista por motivos óbvios. Era de seda azul celeste e tinha as iniciais de Getúlio bordadas em dourado... Coisa chic! Me parece que essa relíquia hoje faz parte da coleção particular de Pedrinho Morais, que por sinal nunca a expôs em público. Por mim, pode continuar guardado!

quinta-feira, 22 de março de 2018

RICARDO DE BENEDICTIS - A PERDA DE UM GRANDE AMIGO! CRÔNICA

JORNALISTA SÉRGIO MÁRIO FONSECA
Ricardo De Benedictis
Grande amigo! Íamos nos encontrar sábado passado e adiamos para o próximo, fato que não ocorrerá com sua presença, mas que nos reuniremos para falar de você e do grande bem que você nos legou por longos anos de sadia e plena amizade, trocando ideias, bebendo cultura, aprendendo a amá-lo e respeitá-lo. Perdemos parte de nós. Falo em nome dos pouco, mas sinceros e grandes amigos comuns que passaram conosco os últimos 26 anos. Descanse em paz, caro Sérgio Mário Fonseca - 'o cavaleiro1 de todos os tempos!
Faleceu nesta quinta, 22, em sua residência em Conquista, o jornalista Sérgio Mário Fonseca, ex- diretor da sucursal do jornal A Tarde em Vitória da Conquista, quando aqui aportou para substituir o grande Cadete que por anos havia representado o maior jornal do Nordeste em nossa região e no Norte de Minas. Ao deixar a sucursal para assumir outro posto semelhante em Barreiras, Sérgio foi substituído pelo colega e grande amigo Jeremias Macário. Bons tempos, belos dias!

sexta-feira, 16 de março de 2018

RICARDO DE BENEDICTIS - CRÔNICAS

JUÍZES SEM JUÍZO:
‘TRABALHO ESCRAVO NUNCA MAIS’
Certamente, esse não é o Brasil que queremos!
Ricardo De Benedictis
Você sabia que um louco, esquizofrênico, ou coisa que o valha, pode ser Juiz de Direito, no Brasil? Pois tanto pode que é assim que funciona a nossa Justiça!
Se se fizer exame aprofundado na Magistratura, certamente um bom percentual desses profissionais ‘não bate-bem’, como se diz no popular.
Eles pensam que são Deus. E só deixam de pensar quando a ‘espada de Dâmocles’ lhes cai sobre a cabeça. Quando adoecem ou convivem com seus familiares em tais situações. Aí, enquanto os males persistem, deixam de lado a tal crença de ser Deus, mas logo que os males passam, voltam à redoma!
Não me levem a mal. É só a metade deles que é assim. A outra metade pensa que é o Rei ‘da cocada preta’!
Pois bem.
Nesta tarde de 15 de março de 2018, na capital de São Paulo, a AJUFE, Associação dos Juízes Federais, realizou um evento protestando contra os baixos salários que lhe são pagos pelo povo, através do governo federal.
Curioso que nos slides que se seguiam às falas dos senhores magistrados, lia-se uma frase emblemática ao fundo: ‘TRABALHO ESCRAVO NUNCA MAIS’. O autor deste despautério é uma pessoa normal? E os juízes que aceitaram tal slogan, são normais? Penso eu: Nós estamos no Brasil? É inacreditável
Ora, o salário inicial na carreira de juiz federal, no interior do Brasil, é de cerca de R$20 mil reais + auxílio moradia + isso, + aquilo e aí, boa parte destes marajás esbarra no Teto Constitucional de R$33 mil e seiscentos ou setecentos reais, valor atribuído a um juiz do STF – Supremo Tribunal Federal, valor máximo que a Constituição de 1988 estabeleceu para o maior salário do funcionalismo público brasileiro.
Todos sabemos ou se não sabemos deveríamos saber, que o juiz não trabalha sozinho, trabalha pouco, quando trabalha porque deseja. Ele tem o povo como seu Empregador, mas pouco se lhe dá. Cargo vitalício, quando é pego em erro social, VIA DE REGRA, sua pena é a APOSENTADORIA COM SALÁRIO INTEGRAL.
DEZENAS DE FUNCIONÁRIOS À SUA DISPOSIÇÃO
Atualmente, o Juiz conta até com assessoria de advogado, além dos Cartórios que fazem todo o trabalho burocrático, inclusive iniciam e terminam (arquivam) os Autos de um processo judicial, após sentença ou não. Seus servidores diretos são: Escrivão, sub-escrivão, Técnicos Judiciários, Auxiliares administrativos, oficiais de justiça, Contadores, avaliadores judiciais, estagiários (estudantes de Direito à vontade e à disposição do magistrado), Porteiro dos Auditórios, Leiloeiro, ficando ao alvitre dos juízes a contratação de vários profissionais como Peritos Judiciais (a exemplo de Médicos, Engenheiros, Psicólogos, etc), Conselhos Tutelares, sem falar nos funcionários do Fórum, desde os servidores de café, agentes de serviços gerais, ascensoristas, vigilantes, etc, etc, etc.  
Pois é esta ‘casta’ existente no Brasil que faz um evento protestando por salário justo.
Seu slogan?
‘TRABALHO ESCRAVO NUNCA MAIS’
Certamente, esse não é o Brasil que queremos!

terça-feira, 13 de março de 2018

BIG BEN - CRÔNICA

A besta abominável
BIG BEN

Imaginem a situação... Em um belo dia, os animais resolveram ir ao circo. Diante de tantas opções de entretenimento, deixaram a atração principal para o final. Essa atração era tão aterrorizante, que metade da platéia animal, na hora "H", amarelou e desistiu. Os que ficaram, os corajosos, sabiam que tudo poderia acontecer, pois tratava-se de um número que colocaria a integridade física dos seus espectadores em risco. De repente, as luzes do teatro se apagaram... No meio do palco, um foco de luz se fez presente e surgiu dentro de uma jaula uma criatura muito familiar, extremamente dócil, com uma elegância singular que não inspirava, absolutamente, nenhum sentimento de apreensão e medo. Após alguns minutos, essa criatura do bem começa a se transformar... Os pelos desaparecem, o corpo definha, a fisionomia fica carrancuda, o olhar torna-se sinistro, o gestual, agora, esbanja agressividade; a inocência desapareceu e deu lugar a maleficência: a besta abominável se materializa diante da platéia animal estupefata, como num passe de mágica.

A criatura humana precisa considerar o seu lado animal como a sua melhor parte e depurar o seu lado humano. Só assim, o espírito da natureza renascerá em seu coração, e o bem vencerá o mal.

ARTIGO - JEREMIAS MACÁRIO

SARAU 'A ESTRADA' HOMENAGEIA CASTRO ALVES EM SEU MÊS DE ANIVERSÁRIO:
SARAU COMENTA POESIA DE CASTRO ALVES
Jeremias Macário
Foi uma noite muito proveitosa na troca de conhecimento sobre a poesia de Castro Alves quando o “Sarau A Estrada” e a Academia de Letras de Vitória da Conquista prestaram, no último sábado (dia 10), uma homenagem ao poeta condoreiro que defendeu a liberdade, a abolição da escravatura no Brasil e sempre se colocou ao lado das causas sociais.
  A sessão solene, antecipando a data do seu nascimento em 14 de março de 1847, foi aberta pela presidente da Academia, Nelma Suely Almeida Vieira, com a declamação do poema “Navio Negreiro”, seguida de um resumo da vida do poeta baiano pelo jornalista e escritor Jeremias Macário. Os debates prosseguiram com Benjamim Nunes e outros presentes ao encontro que também deram suas contribuições culturais sobre o tema.
  O acadêmico e confrade Italvo Cavalcante de Oliveira chamou a atenção para a importância da obra do poeta no século XIX do Brasil escravo e indagou quais questões mais ele abordaria caso vivesse nos tempos atuais num mundo tão conturbado, lembrando as levas de refugiados das guerras e das crises sociais.
  Ele transportou Castro Alves para os dias de hoje e disse que certamente iria empunhar seus versos em defesa dos refugiados e das injustiças contra a humanidade. O professor Itamar Aguiar trouxe para todos participantes da reunião uma pesquisa pouco conhecida sobre a última entrevista do poeta poucos dias antes de falecer em 6 de julho de 1871.
  Nesta entrevista, Castro Alves fez grandes revelações sobre seu pensamento quando afirmou que a poesia, antes de tudo, tem que ser libertária e sempre se posicionar em defesa das causas sociais. Contou sobre sua passagem por Recife no curso de Direito quando foi colega de Rui Barbosa e com ele fundou a Sociedade Abolicionista do Recife.
  O poeta não se furtou na sua última entrevista de falar sobre seus entreveros e discordâncias ideológicas com o escritor e intelectual sergipano Tobias Barreto. Revelou seu desejo de publicar outros livros, além do seu único “Espumas Flutuantes”, só que sua doença lhe tirou a vida aos 24 anos antes de realizar seus projetos.
  O secretário geral da Academia, Evandro Gomes Brito e sua esposa Rozânia A. Gomes Brito se confraternizaram com todos e falaram da satisfação do encontro em conjunto com a turma do “Sarau A Estrada” que neste ano está completando oitos anos de debates e discussões sobre várias questões, inclusive já abrigou em sua sede no Espaço Cultural do mesmo nome o lançamento do filme “Corpo Fechado”.
  Num clima fraternal e descontraído, o evento também contou com as presenças do ex-inspetor da PRF, Adalberto Peixoto do Couto, o conhecido Canarinho, Neide (esposa de Nunes), do grupo do “Sarau Colaborativo”, Baducha e Céu, Walter Lajes, Marta Moreno, Mano Di Souza e sua esposa Cleide, que nos brindaram com suas violas e cantorias até altas horas da madrugada, em complemento aos debates.
O fotógrafo José Carlos D´Almeida cuidou da cobertura fotográfica e a anfitriã Vandilza Gonçalves, sempre cordial e atenciosa, acolheu a todos com sua simpatia. O professor José Carlos e sua acompanhante e nosso companheiro Gildásio Amorim também se juntaram a nós nesta noite memorável onde, no bom sentido, a poesia de Castro Alves foi dissecada com debates literários de alto nível.
Como não poderia faltar num bom papo e à batida da viola, acompanharam as discussões uma boa comida, o vinho e a cerveja gelada trazidos por todos colaboradores do Sarau. Num clima harmonioso e de respeito, mas com temas calorosos e até acirrados em algumas ocasiões, outros assuntos foram tratados, além do central sobre a poesia do condoreiro indignado.
  Com aprovação de todos, o próximo “Sarau A Estrada” ficou marcado para o dia 5 de maio, com o tema “50 Anos dos Movimentos Revolucionários de 1968 que Sacudiram a Terra” onde vamos fazer uma viagem passando pelos protestos na França, México, Estados Unidos, Alemanha, Brasil e na Tchecoslováquia, principalmente.
O VICTOR HUGO BRASILEIRO
Seus altos voos de condor grandiloquente (“Ode ao Dois de Julho”) estão inseridos na poesia do negro quando fez “A Canção do Africano” e “Vozes d´África”. Do grotesco ao sublime da sua poesia dramática, foi considerado o Victor Hugo Brasileiro. Sua obra condoreira foi voltada para a vida e para a liberdade. “Os Escravos” e “Hinos do Equador” foram suas maiores obras póstumas. 
  Contemporâneo de José de Alencar, Tobias Barreto e Machado de Assis, foi aluno de Ernesto Carneiro Ribeiro, na Bahia, e de José Bonifácio, em São Paulo. Em vida, publicou seu único livro “Espumas Flutuantes”, quando retornava de navio do Rio de Janeiro para a Bahia.
 O poeta maior Antônio Frederico de Castro Alves, para os mais íntimos, Cecéu, nasceu em 14 de março de 1847, na fazenda Cabaceiras, município de Castro Alves, na Bahia. De família coronelista e aristocrática, segundo filho de Antônio José (médico) e mãe Clélia Brasília da Silva Castro, tornou-se um subversivo revolucionário contra as injustiças sociais.
   Ainda criança, mudou-se para Salvador em 1854 onde se matriculou no Ginásio Baiano. Em 1862 foi para Recife preparar-se para entrar na Faculdade de Direito. Lá escreveu o poema “A Destruição de Jerusalém”.
  Foi nessa época que passou a colaborar com a imprensa através da produção de seus versos, os quais o poeta e crítico Manuel Bandeira os classificou de ruins. Viveu um tempo ao lado de Idalina, mas numa de suas saídas noturnas de boemia conhece Eugênia Câmara no Teatro Santa Isabel (Recife). Nesse período de 62 a 63 escreveu “Pesadelo”, “Meu Segredo”, “Cansaço”, “Noite de Amor”, “A Canção do Africano”, dentre outros poemas.
Sem televisão e outros tipos de entretenimentos, a opção era o teatro. Existiam até torcidas e brigas entre os estudantes pela preferência de peças e artistas. Numa dessas, Castro Alves rivalizou-se com Tobias Barreto na torcida entre Adelaide Amaral e Eugênia Câmara, no Recife. Foi assim que esta se tornou a maior musa do poeta. 
  Finalmente, em 1864 ingressa na Escola de Direito, mas foi reprovado. No outro ano leva a vida na flauta e foi ovacionado ao declamar o poema “O Século”. Com Eugênia aumenta sua produção poética e resolve fazer uma peça teatral, com cunho político para sua amada. Assim nasce “Gonzaga ou a Revolução de Minas” que trata da Inconfidência Mineira.
 A peça levou o poeta e Eugênia a São Paulo, mas antes, em 1867, deram uma parada em Salvador onde a temporada na capital foi marcada por escândalo e sucesso. Da Bahia foi para o Rio de Janeiro em 1868 onde conheceu José de Alencar e Machado de Assis que redigiu no “Correio Mercantil” um artigo sobre o poeta baiano. Só no final de março de 1868 chega a São Paulo onde os dois retomaram a vida boêmia dos salões e saraus.
 Apesar das brigas entre os dois, Castro Alves continuou fazendo suas poesias, declamando em comícios, sacadas e palanques, exaltando a República e condenando a escravidão. Em São Paulo, o poeta recomeça seus estudos de Direito, reencontra Rui Barbosa e tem José Bonifácio como professor. Por fim, termina seu romance com Eugênia Câmara.
  Numa caçada no arrabalde do Brás, em São Paulo, Castro Alves é atingido em seu pé por um disparo acidental da sua espingarda. Diante das complicações foi para o Rio, em maio de 1869, para se tratar. Foi preciso amputar a perna no seu terço inferior.
A saúde já debilitada pela tuberculose piorou. Retorna à Bahia e na viagem de regresso escreve “Espumas Flutuantes” ao contemplar a esteira de espumas do navio. Ora em Salvador, ora numa fazenda de parentes, o poeta continua escrevendo, mas falece em 6 de julho de 1871, precocemente aos 24 anos.

quinta-feira, 8 de março de 2018

RICARDO DE BENEDICTIS - CRÔNICA



LULA E O REI MIDAS. O QUE ELES TÊM DE PARECIDO?
Midas é parte da mitologia grega que lhe atribuía a força divina de transformar em ouro tudo quanto  tocasse.
Ricardo De Benedictis
Lula é um líder político de peso no Brasil, famoso na América, na Europa, na Ásia e na África. Formou quadros em seu partido que ajudou a fundar com as bênçãos dos padres da Teoria da Libertação, conseguiu sair da função de torneiro mecânico – aposentando-se por ter amputado o dedo mindinho, e por isso, sendo carinhosamente tratado pelos amigosmais íntimos pela alcunha de ‘Nine’ – nove, em inglês, chegando a presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, a deputado federal e a Presidente da República. Era paupérrimo, mas enriqueceu. Ao contrário de Midas, tem a força magnética num sentido quase diabólico. Transforma seus amigos, compadres, filhos e camaradas de partido, de homem comum pobre, em celebridade rica, para depois de algum tempo, levá-lo a sucessivas condenações na Justiça e assim, perder a liberdade de antes para ser confinado, ter sua biografia enlameada, a família envergonhada e muitas vezes também confinada no cárcere, tendo os bens ou boa parte dos bens resultantes do enriquecimento ilícito, confiscados pelo Estado.

Além do mais, como aconteceu na Grécia, cujo turismo elevou seu status a sucessivas e longas fases de crescimento financeiro, Lula encontrou um Brasil em franco crescimento e pleno emprego em 2002, quando assumiu o comando do país e deixou, com sua sucessora, em 2016, no trágico momento da nossa Economia, tendo que aumentar o tempo útil do trabalhador e achatando salários, com ameaças da Previdência de falência iminente.

Realmente, há evidências que permeiam o dia a dia de toda a população brasileira. Sem falar na desorganização generalizada da nossa Segurança Pública, o aumento insuportável do tráfico de drogas e de armas, a Educação e a Saúde em frangalhos. Uma herança política difícil de equacionar e que ele e seus seguidores atribuem aos adversários que denominam de ‘eles’, sem qualquer arrependimento pelo grande mal que causaram ao nosso Brasil.
Na História, o ‘rei’ Lula também terá o seu lugar reservado por ter destruído tudo o que encontrou de bom no Brasil, como se odiasse o país que lhe serviu de berço e lhe ofereceu todas as oportunidades para ser o Homem do Século, ou mesmo o Pai da Pátria! É uma pena que a ganância e a gula tenham ofuscado o grande líder do século XX que ele encarnou.

Agora, já senecto, vive lutando nos tribunais por habeas corpus para que não seja preso, condenado a 12 anos e um mês já na Segunda Estância do Judiciário Federal e na expectativa de mais algumas condenações que o farão na História Pátria, um cidadão desprezível, que usurpou do Poder que o Povo lhe conferiu para trair a confiança e a esperança de 200 milhões de brasileiros, sem qualquer arrependimento, já que em sua doentia concepção, a exemplo dos seus gurus, Stalin, Fidel Castro, Kim-Jon-Un, Maduro,etc, o país é seu e dos seus seguidores.

Para ele, todos os outros brasileiros são massa de manobra, principalmente os conterrâneos do Norte/Nordeste, cujos votos diz que podem ser comprados a 10 reais, segundo publicação não desmentida.

Breve saberemos mais episódios grotescos desta triste odisséia! Verdadeira tragi-comédia à brasileira, que nos leva a Nelson Rodrigues e sua maneira realista de encarar os fatos, misturando-os à imaginação e à obra de ficção do grande teatrólogo. Só que, enquanto Nelson Rodrigues nos faz rir e chorar, as barbaridades cometidas pelo Lula só nos envergonham e humilham!

JEREMIAS MACÁRIO - CRÔNICA

OS SÚDITOS E AS CELEBRIDADES
Jeremias Macário
Fogos pipocam no ar festivo das noites etílicas de muitas pirotecnias de cores. As luzes se cruzam nos céus. Foguetes bilionários sobem ao espaço para explorar o universo. Os ricos ficam mais ricos e os súditos vão ao compasso das suas celebridades que manobram as massas. Aqui até a morte tem sua hierarquia, mas os do alto das suas torres nos ensinam uma ilusória lição de que todos são iguais.
A afronta, o acinte, o deboche e outras atitudes de exibicionismo de riqueza e poder onde se usa as camadas menos favorecidas em termos monetários e culturais, para exaltações de suas vaidades promocionais, deveriam ser incluídos no rol dos crimes contra a humanidade, assim como o racismo, a injúria e a calúnia.
  Num show de uma celebridade grávida por métodos de inseminação em laboratório, os súditos em delírio pedem bis e ela aponta que sua médica, ali ao seu lado, que sempre a acompanha em todos os lugares e nas suas apresentações, a recomendou não fazer mais esforço. Só com a liberação dela. É de dar inveja!
Tudo parece ser simples, normal, e sem nenhuma ofensa maior, não fosse a triste realidade de desigualdade social e de abandono em que vive a população brasileira, principalmente no que tange ao atendimento na área da saúde onde muitas gestantes parem nas ruas e em macas sujas nos corredores dos hospitais. Não me refiro apenas à questão da saúde, mas do estado de pobreza e miséria em geral em todas as áreas.
Esta mesma celebridade, faminta e insaciável por qualquer aparição, instigada pela mídia fútil farejadora de audiência, da sacada de um hospital de luxo só para abonados, conta suas historinhas de fada como foi o parto, a amamentação e como estão seus bebês gêmeos, e até quem é o mais guloso(a).
   Os súditos lá embaixo de inocentes úteis vibram em histeria e querem saber mais coisinhas. Nas periferias, crianças desnutridas e outras que padecem de doenças graves não encontram vagas nos hospitais para tratamento de seus males, ou uma operação para salvar suas vidas.
  Muitos podem até dizer que uma coisa não tem nada a ver com a outra e que a vida é assim mesmo, composta de fracos e fortes, de bem dotados e de plebeus onde mandam os poderosos. O que acontece aqui é um estrangulamento, ou aniquilamento da vida, onde uma minoria chamada de reis, rainhas e príncipes suga o sangue de uma maioria obediente aos seus comandos.
Pode até ser natural para muitos, mas esta é a cara do nosso capitalismo sarcástico que curte com a desgraça dos outros. A mídia, por exemplo, anuncia invenções tecnológicas sofisticadas e descobertas da medicina cujos processos dificilmente.ou nunca, chegam ao alcance dos pobres. É a mania arrogante de só tratar a notícia como espetáculo, sem um comentário sério sobre a verdadeira realidade da situação sociológica do país. Em minha opinião, jornalismo não é espetáculo.
  A televisão mostra imagens de uma madame rica na sua casa de luxo sendo atendida por um médico da família quando as unidades de saúde dos bairros carentes estão abandonadas. Isso não é uma afronta à maioria do povo que passa seis meses ou mais para conseguir marcar uma consulta?
A própria imprensa faz matérias condenando a automedicação, mas não questiona o outro lado que motiva este hábito não recomendado da população. Até parece que cada brasileiro deste torrão tão injustiçado tem um médico à sua disposição quando sente uma dor de barriga, de garganta, de cabeça ou uma simples gripe.
No país dos absurdos sociais de tantas diferenças, o metatarso do jogador Neymar toma todos os espaços sensacionalistas da mídia, desde sua contusão no campo europeu, sua chegada ao Brasil com sua equipe de médicos especialistas, cenas da operação até sua mansão de luxo no Rio de Janeiro.
  Como se não bastasse a vida de degradação social das mais baixas do planeta, o povo brasileiro é zombado e humilhado  por ostentações de um consumismo luxuriante que nunca esteve ao seu alcance.
Infelizmente, por falta de consciência política e intelectual, este povo termina sendo escravo de quem lhe despreza, se bem que, de maneira falsa e hipócrita, diz que o ama, sem preconceitos e restrições. É tudo uma lavada mentira, como é a própria vida em que vivemos nesta terra pindorama.  

terça-feira, 6 de março de 2018

PENSAMENTOS

"Sou os olhos que olha para dentro de te e contempla a te próprio" 

(Jerbialdo)

"Somos o resultado da probabilidade que o universo lançou na existência. 

(Jerbialdo)

sexta-feira, 2 de março de 2018

CRÔNICA



NORUEGA DESMORALIZA ÍNDICES DE NÃO CORRUPÇÃO
Ricardo De Benedictis

O Governo norueguês, dono da ALUNORTE  que acaba de poluir um rio em Barcarena, no Pará, quando jogou produtos químicos e rejeitos na fonte de água doce que serve à população, está relacionado (Noruega) entre os quatro países menos corruptos do mundo. Isso não é verdade. Se os noruegueses não são corruptos, quem são os vilões que chegam no Brasil e arrasam com um rio para angariar dinheiro que sustente sua gente?

A exemplo do acidente de Mariana que já faz quase dois anos e as empresas inglesas e holandesas, também cujos países estão no topo da linha dos menos corruptos, acabam por desmoralizar de uma vez com tais índices que demonstram que as empresas encarregadas das pesquisas devem levar vantagens para colocá-los em patamares imerecidos.

O que acontece é que o judiciário nos países europeus e mesmo, nos Estados Unidos, fazem tramitar com rapidez os processos, enquanto os nossos juízes trabalham muito pouco para ganhar muito e as Leis favorecem o infrator.

Esta mesma ALUNORTE foi multada pelo IBAMA em milhões no ano de 2016 e recorreu à Justiça. Agora, multada novamente em apenas 13 milhões de reais, já recorreu ao judiciário e não vai pagar. A mesma coisa fez a Vale e suas subsidiárias que destruíram o rio Doce em Minas e Espírito Santo, além de parte do litoral, atingindo um santuário de corais que nos orgulham, em Abrolhos, na Bahia. E isso tudo vai ficar por isso mesmo.

Se dizem honestos, mas são piratas. Piratas a vida inteira. Dos mares e das florestas que devastaram na Europa e devastam no Brasil e onde mais existirem.

São uns cretinos, que se fazem de cordeirinhos.

Que vão pescar e vender seu bacalhau, sua maior e mais fedorenta riqueza e nos deixem viver.

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