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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

BIG BEN - CRÔNICA

O último romântico
BIG BEN
Estava condenado ao castigo eterno por ser um amante incondicional da sensibilidade humana, das fantasias utópicas dos sonhadores, das aspirações idealistas dos libertadores , enfim, da arte que buscava incessantemente capturar a rara beleza das musas do olimpo.

Sua alma intrépida não temia o perigo, as grandes desgraças, as grandes tragédias, os grandes dias de aflição sempre foram uma constante em sua vida. Sabia que era um Titã, que sua existência não era obra do acaso, que a sua missão era guiada sob a batuta magistral do "Maestro Maior".

Apaixonado pela verdade transcendental e pensamentos profundos, livres de amarras, não conseguiu sorver o ar denso, pesado e artificial da "ditadura da estupidez e da mediocridade". Foi incapaz de lidar com o previsível e o vulgar, típico da natureza comum dos homens. Sempre no limite entre a esperança e a desilusão, a audácia e a imprudência, as maravilhas do amor e o coração partido, viveu intensamente todas as suas glórias, fracassos e, acima de tudo, paixões. Por isso sofreu tanto, amou tanto, odiou tanto, ousou tanto, lutou tanto, suportou tanto, provocou tanto, arriscou tanto, abusou tanto, sucumbiu tanto e renasceu  tanto.

Como um louco, aventurou-se na penumbra sombria da consciência, no horripilante submundo das alucinações, nas trevas tempestuosas da solidão, no inferno de espíritos perturbados, desvalidos e infelizes de toda espécie. Chegou a ponto de quase perder a fé em Deus, perder a magia, perder todo o encanto. Parece que loucura e genialidade se amam e, como almas gêmeas, sempre se encontram, cedo ou tarde.

A sua imaginação delirante, que germinava dentro do seu peito indomável, foi a grande responsável pelo seu incontestável e retumbante êxito. Basta! Dá para falar que Ludwig Van Beethoven não foi genial? Só mesmo Deus, poderia dar à Terra e para toda a raça humana, presente tão divino. Artistas fazem arte, mas gênios fazem uma revolução!

sábado, 24 de novembro de 2018

NANDO DA COSTA LIMA - CRÔNICA


Simpatia é coisa séria

Nando da Costa Lima 
 
Lucicler entrou porta adentro enfezada e procurando pela mãe. A velha tava retada, tinha tempo que queria falar umas “verdades” para a filha, que sempre chegava em casa se queixando da vida...
— Mamãe, eu estou numa meeerda.
— Minha filha, isso é jeito de chegar em casa... Isso atrai coisa ruim! Já basta seu noivo!
— Mas é a realidade, eu estou me sentindo a última das derradeiras.
— Você sabe o porquê, não é? Foi mexer com coisa errada.
— Claro que não, eu nunca fiz nada que não pudesse confessar...
— Ô minha filha, você tá caducando antes do tempo? Já esqueceu da simpatia pra pegar o merda do seu noivo?
— Que simpatia, mãe? Tá querendo botar mais “grilo” na minha cabeça?
— Aquela que Marileide de Averaldo Bom Cabelo lhe ensinou. Parece até que deu certo, você acabou se envolvendo com esse traste que se não fosse a minha aposentadoria, já teria morrido. E olha que ainda nem casou.
— A senhora não perde uma chance pra implicar com o pobre do Teodolino, meu noivo. E ainda tá no tempo de acreditar em simpatia? Que coisa mais “retrô”!
— Eu não, nunca acreditei nessas besteiras. Você que pra se aproximar desse imprestável faria qualquer coisa, foi a simpatia mais sebosa que já vi. 10 anos de noivado... Tenha paciência! E o pior é que ele praticamente mora aqui. O sacana não bate um prego numa barra de sabão. Só come.
— Eu não lembro de simpatia nenhuma, nós estávamos apaixonados. É claro que todo casal tem seus problemas. Nós vamos nos casar em breve, a senhora é quem mais vai sentir a nossa falta.
— O seu noivo é que é o problema. O homem colou igual visgo. Também, você professora e eu aposentada... Nem precisava de simpatia pra pegar aquele “come e dorme”.
— Mamãe, Teodolino faz seus bicos. Ele até tá juntando dinheiro pra comprar um táxi e depois abrir uma academia de dança. A senhora sabe muito bem que ele é professor de axé.
— Primeiro ele tem que aprender a dirigir, e com a cachaça que ele bebe, eu acho quase impossível. Dirigir bêbado tem uns irresponsáveis que conseguem. Mas um bêbado aprender a dirigir é muito difícil.
— A senhora é tão negativa, eu acho que é isso que tá me deixando numa merda. Eu só não fugi com o meu amor pra não deixar a senhora sozinha.
— Vocês não saem pra não pagar aluguel, nem feira. Se a preocupação é com a minha solidão, pode mudar hoje mesmo. Eu pago até o caminhão da mudança.
— Mamãe, a senhora tá me botando pra fora? Se papai fosse vivo, ele morreria novamente! Que mãe desnaturada.
— Seu pai morreu de pinga, gostava muito duma festa. Mas se ele ressuscitasse, morreria novamente por causa da cachaça, só que dessa vez beberia por raiva de ter um genro tão imprestável. O homem só trabalha uma vez por ano, “dançarino de axé” e compositor, onde já se viu isso!
— Não é assim não. Ele tem mais de 500 letras de música, só que nunca emplacou uma. Pra entrar nesse meio é difícil.
- Difícil é tirar a cachaça desse imprestável... Tá doido, vai chegando o fim do ano o homem parece que bebe dobrado. Até a minha jurubeba Leão do Norte, que eu uso como remédio, o corno bebeu.
— A senhora sabe que ele começa a ensaiar para dançar no Carnaval geralmente em novembro. São os ossos do ofício.
— Que ofício, minha filha? Cê acha que um homem beirando os 40, que só pensa em requebrar pra turista em Porto Seguro, tem algum futuro??? Um homem velho com emprego de adolescente.
— Eu não sabia que a senhora era tão ignorante. Ele nunca ficou rebolando pra turista, ele já dançou pras melhores bandas da Bahia... Pergunta pra qualquer artista famoso...
— Só você acredita naquele lenga-lenga. Como é que você não enxerga que aquilo é um inútil? Foi aquela “simpatia”, eu tenho quase certeza disso. Mas você “esqueceu” ...
— Que simpatia, mamãe. A senhora tá lembrando de coisa que nunca aconteceu, só imaginou! Nós agora somos religiosos, ou a senhora já esqueceu?
— Esqueci não, se estou lembrando é porque tava pensando em pedir pro pastor pra “desfazer” aquele trabalho seboso. Só de lembrar que eu participei daquela porcaria... eca!
— Agora já é trabalho, mamãe! O que o pastor Jaconias não vai pensar da gente?
— Ué, se aquilo não for trabalho... até um bode nós usamos pra costurar sua caçola na boca do bicho, e só abrimos no outro dia. Pena que o “bichinho” morreu! Também, usar uma roupa de baixo por um mês e socar na boca de um bicho inocente, tadinho... O pessoal da rua começou a lhe chamar de “Mata Bode”.
— Vamos parar por aí, mamãe. A simpatia tinha que ser feita com uma roupausada por um mês, eu não tenho culpa de o bode estar doente. A senhora viu que quando costuraram a boca ele só tava desmaiando.
— Não importa, minha filha. A realidade é que o bode morreu. Tá certo que Juvelino aproveitou a carne pra vender na feira, mas e a simpatia? Será que não é por isso que este filho da puta imprestável do seu noivo não desgruda? Eu não comi, mas você e aquela alma sebosa do seu noivo comeram do bode.
— E a senhora acha que eu vou ter cara pra falar uma asneira dessas pro pastor... Se a senhora fizer isso, eu vou sumir com o meu amor. Pastor Jaconias vai pensar que a gente é macumbeiro.
— Então você vai ter que sumir, porque eu já decidi. Só o pastor Jaconias pra dar um basta nisso, e além do mais ele é solteiro!
— Não, mamãe. É melhor procurar um “rezadô”... Lurdinha conhece um. Vai ver ele tira até a cachaça de Teolindo meu amor. Se a gente envolver o pastor nessa história, vão expulsar a gente da igreja.
— Aí tá meio difícil. Em se tratando do bode até que eu posso acreditar que ele dê um jeito, mas tirar a cachaça desse imprestável é impossível. Só se ele for milagreiro.
— Então vamos marcar pra sexta-feira que vem! A senhora arranja tudo?
            A velha ficou satisfeita e se prontificou para providenciar tudo. Mãe faz qualquer coisa por uma filha. Ela, religiosa praticante, se submeteu a procurar um pai de santo pra se livrar de um traste que vinha atrapalhando a vida da filha. E no dia que o rezadôNozão Gameleira marcou, elas foram. Coincidentemente, numa sexta-feira 13. Isso daria uma força para o caso ser resolvido... Mas, infelizmente, não foi bem assim. O rezadô, depois que escutou a história da simpatia narrada por mãe e filha, deu uma tragada no charuto, cuspiu no chão e falou em alto e bom som.
— Se o bode tivesse sobrevivido à simpatia e morresse de morte morrida, tudo bem! Eu tiraria o feitiço dando o banho de azeite de dendê com pipoca em vocês. Mas como o bode foi comido e virou adubo... Assim foi feito, assim será!
Aí mãe e filha perguntaram juntas:
— Assim como???
— Numa meeerda, minhas filhas, numa merda... Não tem reza que ajude! Onde já se viu comer oferenda de santo?

RICARDO DE BENEDICTIS - CRÔNICA


bcidadeemfoco.blogspot.com.br
O BRASIL, O CIDADÃO E A CONSTITUIÇÃO
Ricardo De Benedictis - 2013        
O grande cientista político italiano, Norberto Bobbio, senador vitalício recentemente falecido, em uma de suas obras, afirma que “O mínimo que se deve exigir do Estado é a Segurança à vida, à Liberdade e à Propriedade”.

          Partindo deste belo conceito de organização estatal, constatamos que o Brasil vive momentos de extrema pobreza institucional. Aqui as Leis não são respeitadas, e o pior, não são  cumpridas. Temos um Poder Judiciário lento, juízes preguiçosos, serventuários e policiais corruptos, instituições políticas desacreditadas por omissão do próprio governo.
          Sem ser apocalíptico, temos tudo no Brasil para a eclosão de uma guerra civil. E podemos dizer que vivemos em clima de ‘guerra civil não declarada’ nos grandes centros urbanos e no campo. Só não temos uma guerra civil ‘oficial’ porque ainda há um certo poderio econômico de Brasília aos Estados e Municípios que vão, de certa forma, empurrando com a barriga os problemas, sempre naquela máxima de que ‘vamos resolver tudo’.
          As invasões de terra pelo MST em várias partes do país encontram do governo federal e de um ou outro governador, uma enorme tolerância. Os próprios órgãos estatais estão constantemente envolvidos em atos criminosos, a exemplo de escutas telefônicas, prisões arbitrárias, habeas Corpus emitidos na madrugada pelo Supremo, cujos absurdos convivem com outros tantos, a exemplo de ‘ordens judiciais’ não cumpridas, condenações transitadas em julgado não cumpridas e engavetamento de processos que se referem aos governantes de plantão ou aos seus amigos e partidários.
          O país assiste no Pará a uma verdadeira barbárie. Os ‘guerrilheiros’ do MST invadem propriedades privadas, a Justiça ordena a desocupação e a governadora Ana Júlia não deixa a Polícia Militar paraense cumprir os mandados. Caso de intervenção federal? Sim, mas o governo Lula insiste em transformar o Brasil numa republiqueta de bananas, quem sabe pensando em pavimentar sua ‘volta’ ao poder em 1914! Para tal, conta com a preciosa ajuda de alguns elementos que nada teem a ver com Justiça e a moralidade, como é o caso do ex ministro Márcio Tomaz Bastos e do atual, Tarso Genro, que junto com o presidente falastrão, são lenientes com o crime e com os criminosos. Nunca sabem, vêem ou ouvem absolutamente nada. E isto é muito lamentável. Não fosse esse tipo de comportamento e o Brasil estaria hoje no pódio das nações civilizadas. Mas como, se 50 mil brasileiros morrem assassinados por ano. Se o complexo penitenciário brasileiro abriga mais de 300 mil criminosos, entre eles, traficantes de drogas, assaltantes, estupradores, de alta periculosidade, convivendo com pessoas que cometeram pequenos crimes, muitos deles, até para amenizar a fome da família, muitos deles sem serem julgados, sequer em 1ª instância!!!
          Há muito vimos alertando sobre a violência crescente, a falta da ação do Estado na Educação, na Saúde e na Segurança Pública. Nestes últimos anos, tudo isso tem piorado, apesar da propaganda governamental dizer que tudo vai às mil maravilhas!. Nunca se mentiu tanto neste país!
          No governo FHC, terras consideradas de conflito (invadidas) não eram passíveis de Reforma Agrária.
          O governo costuma denominar o MST de ‘movimento social’. Crimes e mais crimes são cometidos pelos membros deste ‘movimento’, que andam armados, invadem e destroem tudo que encontram nas fazendas (lembram-se do laboratório no Rio Grande do Sul?), mas nada lhes acontece porque existe uma bem formada rede de proteção a bandidos urdida no Palácio do Planalto com fortes tentáculos no Judiciário, na Polícia Federal, em alguns governos estaduais, na Câmara e no Senado.
          Quando os fatos apontam para a queda de popularidade do presidente, os jornais e o noticiário giram a metralhadora para o Congresso e la vêem as denúncias de toda ordem. Uma após outra, num verdadeiro massacre. Tudo que o Palácio do Planalto faz cem vezes mais e a imprensa, que é paga pelo Executivo, nada divulga ou se o faz, usa de cautela, para não perder os bilhões de reais do contribuinte que lhe são repassados pelo governo.
          Como acreditar que o Brasil fique livre de tanta irresponsabilidade?
          Nada que o presidente diz, acontece. Uma mentira atrás da outra e nós aqui, de camarote, a lamentar tanta falta de respeito com o nosso país e com os brasileiros!

sábado, 17 de novembro de 2018

NANDO DA COSTA LIMA - CRÔNICA


O Rei do Bode
Nando da Costa Lima
        Da Choça até o Furado da Roseira, não tinha um criador que tivesse mais bode que Elpídio. Era o rei do bode, o solteirão mais cobiçado da caatinga! Elpidão arrasava, além de só andar bem vestido, tinha uma vistinha de ouro na dentadura, que acabava de matar a mulherada de paixão. Muitos tentavam imitá-lo, mas não chegavam nem aos pés, só ele com aquele palito no canto da boca e o dente de ouro à vista conseguia botar as meninas pra suspirar. Ter um caso com aquele “pão” (na época “pão” era o gato de hoje, e gato era sinônimo de ladrão) era o sonho da mulherada. Até mulher casada perdia as estribeiras quando ele passava no Corcel cor de abóbora com a jante roxa e luz interna de boate além dos pneus faixa branca e a frase escrita no para-choque traseiro: “100% macho”. O rei do bode tinha bom gosto, só comia filé a finas ervas acompanhadas do melhor vinho composto do mundo. E era um violeiro razoável, fazia questão de falar que aprendeu a tocar na beira do rio Gavião. Seu fraco eram as meninas de “Sompaulo”, tinham tudo com ele. Levava logo pro restaurante dormitório de Nilson. E a rotina de Elpídio era a mesma, quando não estava contando os bodes ou namorando, tava diante do espelho admirando a “lindreza” e falando pra mãe que se fosse mais novo ia tentar ser modelo em Conquista, modelo macho, daqueles que só faz propaganda de cigarro e bebidas fortes!
       Mas nem tudo é pra sempre, principalmente beleza! O Rei do Bode de um dia pra outro começou a amarelar e perder peso. Os entendidos foram em cima: deve ser próstata. Desse dia em diante a vida dele virou um inferno. Já tinha batido em meia dúzia! Era só ouvir falar em toque retal que o homem endoidava. Médico ele não queria nem ver a cara, pra ele Dr. que forma pra ficar futucando o rabo dos outros só pode ser um degenerado! Já tinha falado pra família que no dele só ele pegava. Já imaginou, ele, o maior namorador do trecho, deitar a bunda pra cima pra um “dotozim” qualquer cutucar! Pudessem esquecer... A família não desistia, todo dia levava um amigo que já tinha feito o exame de toque, explicaram que não precisava ficar de bunda pra cima, chegaram até a levar Dr. Walmick que foi colocado pra fora assim que Elpídio conferiu o tamanho dos dedos do Dr! Aqui não! No meu nem o Papa mete o dedo! A família já estava pra desistir, foi aí que Bilau teve uma ideia brilhante: vamos encher o sacana de pinga que aí ele nem nota a dedada. E não deu outra, estava tão bêbado que quase dormiu na sala de exame, voltou pra casa que nem viu. Só fizeram jogar na cama.O médico explicou que ele não tinha nada na próstata, era só uma “virose”.
No outro dia cedo Elpídio pulou da cama e gritou pra mãe – Hoje eu faço o tal do exame sem beber nada, liga pro doutor -. A velha explicou pacientemente tudo que ocorreu, que o exame já tinha sido feito. Mas Elpídio insistiu, liga pro doutor! Ligar pra quê meu filho? – Fala pra ele que o Rei do Bode tá perguntando quanto ele cobra por um tratamento intensivo em casa, não precisa falar pra ninguém que se trata de um retoque, é só entre nós dois! A mãe de Elpídio quase desmaia de desgosto, balançou a cabeça com ar de reprovação e resmungou pra comadre – Bem que o povo fala que filho de cachaceiro não pode beber nem água em copo de vidro! O pai desse menino nunca me enganou, quando não tava pescando tava caçando onça com João Rasga Fronha. Também um doutor com a mão daquele tamanho deveria procurar outro ramo da medicina. Pra mim esses “dotô” que mexe com o cú alheio tinha que ser mais “franzino”, não podia pesar mais de 50 kg! Mas como toda mãe de solteirão, acabou cedendo,  e olhando de cara feia pro filho pegou o telefone e não se fez de rogada: “Dr., aqui é a mãe da Rainha do Bode...”

RICARDO DE BENEDICTIS - CRÔNICA

MAIS MÉDICOS, CUBA X BRASIL E OS 50 ESPIÕES.
RELAÇÃO DA OPAS COM ALI BABÁ E OS 40 LADRÕES
Ricardo De Benedictis
A Era PT vai declinando para o seu execrável poente, depois de nos levar quase ao caos grego ou à desordem institucional venezuelana. E os motivos são bem parecidos aqui na América, apesar de um pouco diferentes na Grécia.
A tragédia grega se deu pela gastança desenfreada, a crise migratória internacional e a Previdência, Inchaço da máquina pública, entre outros fatores. 

A principal causa, entretanto, repousa na Previdência. Os gregos quebravam pratos em suas orgias sem fim e passavam a quebrar muito mais ainda, após sua aposentadoria aos 50 anos de idade. Veio a longevidade e a Grécia não se adaptou à nova realidade, até quebrar as Finanças do Estado e deu no que deu. Acontece que a União Européia entrou com muitos bilhões de Euros e os problemas foram amainados, a Reforma da Previdência impôs idade mínima para as aposentadorias e o Estado Grego vai voltando à normalidade. Quebram menos pratos e passaram a dar mais valor ao trabalho e ao ócio. Todos sabemos que a Grécia tem na indústria do Turismo sua maior fonte de renda. Eles dominam bem a arte naval e seus estaleiros são famosos, embora de poucos.

VENEZUELA
Na Venezuela, desde a era Hugo Chávez as coisas não andavam bem. Neste período, o governo ‘bolivariano’ impôs o exílio paulatino aos seus opositores, combinou com o então presidente Lula a ‘ocupação’ sem resistência das nossas fronteiras e a morte do líder trouxe para o governo o seu motorista e fiel escudeiro, Nicolás Maduro que, sem qualquer formação de humanidade, baseado na teoria de Cervantes e de sua maior obra Don Quixote de La Mancha – O Cavaleiro da Triste Figura, ao lado do seu fiel escudeiro Sancho Pança, combatia os ‘moínhos de vento’. De quebra, passou a mandar matar, traficar, expulsar, amordaçou a imprensa e encheu de agentes cubanos as ruas de sua Capital, Caracas. Aí veio a repressão, prisões e mortes que enlutaram o s nossos vizinhos. Acusa-se Maduro de ser um dos chefes do tráfico internacional de drogas e dois dos seus enteados foram presos quando transportavam duas toneladas de cocaína para os Estados Unidos. O resto os leitores conhecem. Veio a diáspora e contam-se 4 milhões de venezuelanos  fugindo do seu país, em virtude da fome. Uma sacola de ‘bolívares’ equivale a meia-dúzia de pães cacetinhos! Um pacote de papel higiênico faz os venezuelanos mais felizes que uma criança à frente de um chocolate em outras plagas!

MAIS MÉDICOS:
Por fim, o governo cubano não gostou das declarações do futuro presidente do Brasil – Jair Messias Bolsonaro que disse que iria exigir o ‘revalida’ do Conselho Federal de Medicina para os cubanos que aqui estão como médicos, através de uma instituição (OPAS) sem credibilidade que recebe os pagamentos dos seus salários e os repassa para Cuba que, por sua vez, repassa 30% para os ‘médicos’.  Bolsonaro quer pagar o salário integral aos médicos cubanos que pedirem asilo ou que Cuba dê-lhes o direito de trazer suas famílias para o Brasil. Isso não é pedir muito! Na palavra do próprio presidente eleito, isso e o revalida seria condição 'si ne qua' apara a permanência dos médicos cubanos. Para as vagas daqueles que querem ou tenham de ir embora, o governo vai oferecer asilo político para que permaneçam no Brasil.  Segundo notícias que circulam há anos, até os 50 espiões que o governo cubano mandou junto com os médicos, com a função de vigiá-los, já que muitos fugiram para outros países, foram mascarados de médicos pela tal OPAS, segundo relato do então senador e atual governador eleito de Goiás – Ronaldo Caiado.  Trocando em miúdos, a corrupção de Dilma Rousseff está por vir. Lula está preso e prestes a ser condenado em mais dois processos por corrupção e lavagem de dinheiro. Dilma deverá ser processada e condenada por corrupção e por ações de lesa-Pátria. Que os 50 espiões cubanos sejam desmascarados e se algum médico não for médico, que seja levado à conta da ex-presidente Rousseff, cuja família é oriunda da Bulgária e que arrasou o Brasil pela incompetência e pelo cinismo que lhe são inerentes. 
É certo que viveremos uma outra era. Quem viver, verá!

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

BIG BEN - CRÔNICA

A eternidade pode esperar!
BIG BEN
A ansiedade do humano reside, fundamentalmente, no fato de ser o único ser vivo que tem consciência da morte. Como conseqüência da sua mortalidade, tenta, desesperadamente, através de uma série de artifícios, prolongar a sua miserável existência  terrena. Mas, como essa criatura é insaciável, não se contenta com mais alguns anos de vida, a sua missão oculta é, na verdade, vencer o tempo e conquistar a eternidade.

O apogeu dessa loucura em busca da imortalidade, com certeza, ocorreu no antigo Egito. Imagine a quantidade de energia humana necessária na construção das pirâmides do Egito? O máximo que conseguiram, com a tecnologia da época, foi manter o corpo decrépito dos seus governantes durante 3000 anos. Isto é apenas maquiagem, não é eternidade!

De acordo com os cientistas, o nosso universo está em constante expansão. Você sabe o que significa isto? Significa que, em um belo dia, a nossa estrela maior morrerá e, conseqüentemente, o planeta terra se resumirá a um lugar tão inóspito quanto Vênus. Ou seja, a vida na terra deixará de existir.

O homem, única espécie capaz de antever o futuro, vem se preparando para essa jornada insólita. No século 20 fomos à lua, colocamos em órbita da terra estações espaciais, satélites astronômicos, mergulhamos nos mistérios da vida e concluímos que não somos especiais, que não somos os escolhidos, que estamos aqui por um grande acaso, e que o nosso destino é incerto e duvidoso.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

JEREMIAS MACÁRIO - HISTÓRIA

AS CURIOSIDADES DO MUNDO GREGO –
FILOSOFIAS E SABEDORIAS (Parte IX)
JEREMIAS MACÁRIO  
 Por volta de 350 a.C. os ricos em Atenas se tornaram tão antissociais que preferiam lançar seus bens ao mar a reparti-los com os pobres. Tinham mais ódio à riqueza alheia do que compaixão pela miséria pessoal. Aristóteles conta que existia um clube aristocrático que tinha como juramento agir contra a coletividade. Muitos se rebelaram contra as desordens, as sonegações, a corrupção e os abusos. Cada um procurava defender seus interesses, como no nosso país de hoje.
EPAMINONDAS – Atenas, Tebas e Esparta ainda se mantinham em condições de salvar uma Grécia desordenada e ensanguentada por volta de 400 a.C. As riquezas, segundo Aristóteles,se concentravam na classe patronal, que as guerras haviam reduzido a um pequeno número. Esparta continuava prepotente e prevaricadora.
  Com um corpo de 12 mil mercenários espartanos, sob o comando do ateniense Xenofante, o rei persa Ciro foi derrotado e morto em Cunassa. O episódio encheu de orgulho a Grécia e convenceu Agesilau, rei de Esparta,de que a Pérsia era um grande império, mas de barro.
  Atenas e Tebas se uniram aos persas de Artaxerxes. Em Cnido, o almirante ateniense Cônon destruiu a frota espartana em 394 a.C. Agesilau mandou oferecer todas as cidades gregas da Ásia em troca da neutralidade. Em 387 houve a paz de Sardes. Chipre e toda Ásia grega passaram a ser persas.
 Esparta continuou sendo a maior potência, mas sendo vista como traidora e impôs governos oligárquicos na própria Beócia. Com isso, o jovem Pelópidas tramou uma conspiração e junto a outros assassinaram os ministros espartanos e reorganizaram a Confederação da Beócia. Pelópidas proclamou a guerra santa, decretou mobilização geral e confiou o comando do exército a Epaminondas, um dos personagens mais complexos da antiguidade.
Mesmo homossexual (na Grécia não era sinônimo de efeminação), Epaminondas, de família aristocrática, era sisudo e quieto desde menino. Por incrível que pareça, não gostava de guerra. Quando lhe ofereceram o comando respondeu: Pensem bem. Se fizerem de mim seu general, eu farei de vocês os meus soldados e, como tais, terão uma vida muito dura.
Epaminondas dispunha de seis mil homens contra dez mil de Esparta. Com sua tática, colocou um grupo de trezentos jovens homossexuais em dupla que juraram fidelidade até a morte. Esparta foi derrotada. O general convenceu-se que poderia dar a Tebas o primado. Entrou no Peloponeso, libertou Messene e fundou Megápolis.
Ódios e ciúmes impediram a unificação da Grécia. Atenas saudou a vitória contra Esparta, mas via com maus olhos o crescimento de Tebas, Chegou a coligar-se com o inimigo para derrubar Epaminondas. Deu-se a batalha de Mantinéia em 362 a.C. e venceu outra vez, mas foi morto por Grilo, filho de Xenofante. Com ele, morreram os sonhos da hegemonia de Tebas.
A DECADÊNCIA DA “POLIS”– Atenas voltou a sonhar com a supremacia e voltou a construir os antigos muros, se cuidando para não cair nos mesmos erros depois de Péricles, mas não teve jeito. Criou nova Confederação com colônias submetidas a ela, adotando mesmos métodos. Muitas cidades se rebelaram e veio a segunda Confederação em 355, em meio a revoltas e repressões.
 O vocabulário de Atenas, como cita o autor do livro História dos Gregos, Indro Montanelli, foi acrescido de três palavras: Pleonexia (mania de supérfluo), Chrematistike (febre de ouro) e Neoplutoi (nossos tubarões). Platão dizia que havia duas Atenas, a dos pobres e a dos ricos em luta.
 Isócrates acrescentou que os ricos tornaram tão antissociais que preferiam lançar seus bens ao mar a reparti-los com os pobres. Estes têm mais ódio à riqueza alheia do que compaixão pela miséria pessoal. Aristóteles conta que existia um clube aristocrático que tinha como juramento agir contra a coletividade.
Era a legalização da desordem e dos abusos. As sonegações e a corrupção eram regras correntes. Todos procuravam gozar a vida e nada mais. Segundo Teopompo, já não havia mais uma família estável e o desregramento não se limitava às classes altas. Para encontrar uma pessoade boa espécie, seria preciso procurá-la no cemitério – dizia Isócrates.
Na polis todos eram soberanos e súditos. Todos eram deputados de si mesmos. Todos iam ao parlamento defender seus interesses. Cada um, conforme o sorteio, competia presidir a uma pritania, uma secção do Conselho de Estado. O agnosticismo político era considerado um crime e uma imoralidade. O estado-maior não era de carreira. Os generais eram improvisados. Recebiam o cargo de acordo com a posição política.
Cada qual era seu próprio comandante, seu próprio súdito, legislador, soldado, médico, sacerdote e filósofo. Xenofante, ex-aluno de Sócrates, se tornou um areté, isto é, um homem completo, capaz de discorrer sobre tudo, mas sem profissão definida.
Ao profissional permitia-se o desenvolvimento da sua profissão. Assim fez Alcibíades que se colocou a serviço de Esparta e depois da Pérsia, só que foi condenado como traidor. Xenofante não pensou em traição, mas em Atenas, como um homem de ofício ia aonde o ofício o chamasse. Sua obrigação era a competência.
Os chamados “técnicos” não queriam saber de uma polis de limites estreitos, e foram eles que formaram a palavra Cosmópolis, um mundo não mais limitado por muros e cortado por autarquias nacionais. Muitos gregos começaram a pensar em termos de Grécia, e não mais de Atenas, Tebas ou Esparta.
Platão e Aristóteles disseram que uma polis só é bem governada quando os cidadãos são tão poucos que todos se conhecem entre si. Isso já não acontecia nas polis gregas. O congresso impunha uma divisão mais complexa, bem mais especializada do trabalho. A cidade-estado já não se ajustava às novas necessidades da sociedade.
DIONÍSIO DE SIRACUSA – No quarto século antes de Cristo, Siracusa, a mais importante colônia grega, continuou a se desenvolver ainda que em meio a turbulências, entre períodos democráticos e totalitários.
Dionísio foi o tirano mais desapiedado e mais iluminado. De sua fortaleza de Ortígia dominou a cidade com métodos stalinistas e critérios socialistas. Na distribuição de terras, não fazia distinção entre cidadãos e escravos. Quando os cofres do Estado estavam vazios, anunciava que o deus Deméter lhe aparecera em sonhos, pedindo a todas as mulheres que depositassem suas joias no templo. Todas obedeceram e que transgrediu a ordem, a polícia aparecia para dissuadi-las.
Para expulsar os cartagineses da ilha, mandou requisitar todos os mecânicos gregos. Os que recusassem, mandava raptá-los. A invenção da catapulta deixou-o exultante. Julgou que, com tal arma nas mãos, ninguém mais poderia resistir-lhe. Mesmo com guerras de trinta anos, os gregos continuaram donos da Sicília oriental e os cartagineses da ocidental.
 Quando o filósofo pitagórico Fíncias, por ele condenado à morte, lhe pediu um dia de licença para ir à casa fora da cidade resolver um assunto pessoal, Dionísio consentiu. Vendo que Fíncias voltou a tempo, poupou-o da condenação.

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