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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

JEREMIAS MACÁRIO - ARTIGO

BAGUNÇAS NOS ENDEREÇOS, BAIRROS
                  E LOTEAMENTOS GERAM CONFUSÃO
Jeremias Macário  
Só para se ter uma ideia, na rua onde eu moro existem quatro CEPs diferentes e muitos chamam de Jardim Guanabara (não se sabe se é bairro ou loteamento), outros dizem ser Filipinas e até aparece Jatobá. A rua é nominada de “G”, mas também aparece Veríssimo Ferraz de Melo em algumas correspondências. O próprio Google e outros sites estão com suas informações desatualizadas e desencontradas.
É uma tremenda confusão quando se vai fazer um cadastro ou um contrato num órgão ou empresa e se pede o CEP e o comprovante de endereço. Não se sabe qual documento está com as indicações corretas. Problema maior ainda é com as numerações que se misturam entre pares e ímpares. Procurar uma casa é uma dor de cabeça, e tem gente que desiste. Nem o morador consegue informar quando algum desconhecido tenta procurar uma pessoa pelo “endereço”.
  Esta situação não é somente onde eu resido, mas ocorre em quase toda a cidade, principalmente nos últimos vinte anos para cá com a expansão de construções nos espaços ocupados nas zonas leste, norte e sul. Não existem demarcações e ordenamentos corretos do que é bairro e loteamento e cada um vai colocando nomes e numerações das suas ruas. Existem centenas de nomes de logradouros em Conquista que não constam nos anais da Câmara e da Prefeitura. Constatei isso há muitos anos quando fiz uma pesquisa para o meu livro “Uma Conquista Cassada”.
Para os Correios é um trabalho hercúleo encontrar um endereço para a entrega de um documento ou encomenda. Nesta semana, por exemplo, um pedido meu por pouco não foi devolvido porque a empresa remetente colocou Filipinas. Estive lá na sede no final da tarde para pegar o objeto e muitas pessoas estavam passando pelo mesmo problema. Tivemos que esperar por mais de uma hora para o carteiro chegar da rua. A resposta era a mesma de endereçamento incorreto.
 ORDENAMENTO E REVISÃO DO PLANO DIRETOR
  Vitória da Conquista cresceu nos últimos 25 anos além do previsto, de forma desordenada, sem o acompanhamento da infraestrutura no mesmo ritmo, dai as crescentes irregularidades além das existentes quando a cidade era de porte pequeno a médio. Sem um ordenamento criterioso do solo, a grande maioria das construções das casas, mais de 80%, está em estado irregular. Diante da burocracia e do alto custo, as residências não passam de terrenos e uns vão vendendo para os outros na mesma situação e o IPTU é cobrado como se fosse casa com instalação de água e luz.
  Depois de muitos anos, somente agora a Câmara de Vereadores está anunciando a discussão de uma revisão do Plano Diretor, já caduco para o tamanho da cidade, a terceira maior do estado, considerada de capital do sudoeste da Bahia. O trabalho não é fácil e exige muito esforço por parte do legislativo e de toda sociedade. Se o projeto for aprovado por esta gestão parlamentar, com certeza será de grande feito histórico em benefício de Conquista.
  Os 21 edis, que no início do império romano, lá pelos séculos VI e V a. C., eles já tinham a função de supervisionar as ruas e edifícios da cidade, precisam se concentrar nesta legislatura de mais dois anos na feitura de um novo Plano Diretor, para dar uma cara nova ao ordenamento do solo, com leis mais rígidas no âmbito da construção, preservando o meio ambiente. Conquista tem tudo para ser uma cidade ecológica, mais planejada, mais urbanizada e mais humana.
  Da forma como está, virou uma bagunça porque hoje existem estabelecimentos comerciais e de serviços em locais inadequados, como casas de eventos, de festas e boates em áreas residenciais, faculdades, prédios e até hospitais em ruas já congestionadas onde não há mais espaços para carros. Há necessidade também de proceder à facilitação de titularidades às habitações irregulares que são milhares, e impedir a edificação de outras em locais impróprios.
  Há pouco tempo fiz um comentário aqui sobre a falta de opção de lazer em Conquista nos finais de semana, sendo que existe um grande potencial a ser explorado, como a Serra do Periperi, Lagoa das Bateias (entregue aos esgotos), o Poço Escuro e o Parque de Exposição Agropecuária, subutilizado durante todo o ano.
Coincidência ou não, o fato positivo foi que a Polícia Militar, numa parceria com a Prefeitura Municipal, criou e inaugurou no último domingo o Por do Sol no Alto do Cristo de Mário Cravo onde milhares de pessoas compareceram para apreciar as belezas do local. Com segurança, é um passeio relaxante para as famílias, jovens, crianças e idosos.
  Além disso, sugeri implantar na Serra diversas trilhas passando pelo Cetras (centro de tratamento de animais silvestres), pelo Cristo, seguindo até o Poço Escuro. Em parceria com o setor privado, na base de uma PPP, falei da possibilidade de instalar um teleférico do Cristo ao centro da cidade, bem como requalificar a Lagoa das Bateias e tornar o Parque de Exposições uma área de lazer e diversão nos finais de semana.

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