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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

RICARDO DE BENEDICTIS - CRÔNICA

 

ABIMAEL ARAÚJO DIAS

Ricardo De Benedictis


Eu o conheci em Poções.

Meu irmão Ernesto, de saudosa memória, nos apresentou.

Ele era o gerente do Motel Abaeté, construído pelo antigo DNER para dar apoio aos usuários da BR-116 – Rio-Bahia, que fazia poucos anos estava totalmente asfaltada, da Bahia a São Paulo, entroncando-se em Além Paraíba com a via que liga Minas Gerais à cidade do Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, ele foi gerir outro estabelecimento da empresa, localizado nas proximidades da Divisa entre a Bahia e Minas Gerais. Anos depois, nos encontramos aqui em Conquista e a amizade continuou até seu passamento repentino, no dia 27 de janeiro, por coincidência, data de aniversário do meu falecido irmão Ernesto De Benedictis.

Ele, Abimael, foi radialista em tempos idos, da época de J. Menezes, Hélio Gusmão e outros, na antiga Rádio Regional. Mais tarde, atuou com o programa ‘Músicas Inesquecíveis’ na nossa Rádio Cultura, aos domingos à noite. Seu programa era um sucesso! Tinha muito bom gosto musical e era amigo dos amigos, bom pai, bom filho, bom amigo. Nos últimos anos foi representante de uma empresa de cargas, com sede em São Paulo, cujo dono era seu amigo de longa data, tendo atuado por anos, aqui em Conquista e em Simões Filho/Camaçari, no Recôncavo.

Enfim, acometido da ‘Peste’ do século XXI, apelidada de COVID 19, FOI HOSPITALIZADO. E QUANDO TODOS AGUARDAVAM SUA ALTA, TEVE UM PIRIPACO NOTURNO E PARTIU!!!.

Ficou uma semana internado. Era diabético e teve complicações que não sabemos como exprimir, já que somos jornalista e não, médicos.

Companheiro de saraus e farras de cerveja, Abimael era um daqueles que costumamos rotular de ‘mão aberta’. Brincalhão, às vezes se utilizava de humor negro para fazer rir aos que o acompanhavam, mas nem sempre eram brincadeiras leves. Muita gente se aborrecia, mas depois ele vinha pedir desculpas e tudo ficava o dito pelo não dito.

Lembro-me da situação criada por ele, na casa do meu filho, quando foi apresentado a um senhor que ali estava conversando e ele olhou bem para o cidadão e disse, surpreendendo a todos. “Mas que sujeito feio! Todos pararam e ele arrematou: Amigo, você é um dos caras mais feios que conheci em minha vida; me empresta sua cara pra eu brincar o Carnaval e eu lhe devolvo na Quarta-feira de cinzas” . Depois ele soube que o rapaz era pastor evangélico e lhe telefonou para pedir desculpas. Na hora, foi uma saia justa danada, mas...passou! Era esse tipo de brincadeira que Binho tirava da cartola, de improviso, a depender da ocasião. Nem sempre eram benvindas!

Ele se auto definia como ‘Abicruel’. Não poupava nem a si mesmo para fazer suas piadas. Sempre nos intervalos das músicas, ou do enche copos, lá vinha Abimael com suas histórias! E é assim que devemos lembrar da sua figura emblemática. Não dava bolas para bens materiais. Era um desapegado. Muito preocupado com a família, para a qual viveu até o último instante.

Por último, capitaneava um programa na Rádio Melodia, onde era muito benquisto.

Que Deus tenha piedade da sua alma.

Sem dúvidas, Abimael Araújo Dias deve ir para a galeria dos imortais, em quaisquer circunstâncias e jamais será esquecido.

Adeus, amigão, sentiremos sua falta, sempre e os mais novos que nós, também, tenho certeza disso! Descanse em Paz!

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