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domingo, 28 de fevereiro de 2021

RICARDO DE BENEDICTIS - POESIA

 

MINHA MUSA LINDA

Ricardo De Benedictis

Onde quer que ande

Meu amor é grande

Por esse ideal

Vou te procurando

E te encontrando

Na vida, afinal!

 

Minha Musa linda

Sempre és benvinda

Te espero enfim

Digo em teu ouvido

Qual é o meu sentido

De te amar, assim!

 

Sempre te aguardando

Teu sinal chegando,

Hora de dormir!

Vem um novo dia

Com toda alegria

Vens a me sorrir!

 

De longe ou de perto

Nosso amor, decerto

Tem outras raízes!

 

De vidas passadas,

Chamas projetadas

Pra sermos felizes!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

CARLOS ALBÁN GONZÁLEZ - CHIQUINHA GONZAGA - COLABORAÇÃO

 

qua., 24 de fev. às 09:42

CHIQUINHA GONZAGA: UM LEGADO ALÉM DA MÚSICA

Ela marcou a cultura brasileira com marchinhas memoráveis e uma trajetória transgressora. É lembrada, agora, em mostra inédita no Itaú Cultural

 

Texto: Danilo Casaletti e Júlia Corrêa

24 de fevereiro de 2021 | 05h00

Uma exposição em homenagem a Francisca Edwiges Neves Gonzaga, consagrada como Chiquinha Gonzaga (1847-1935), pode ser vista no Itaú Cultural a partir desta quarta-feira, 24. Documentos, partituras, objetos, fotos e conteúdos musicais resgatam a trajetória e o legado da compositora e maestrina brasileira. Imortalizada pela criação de marchinhas clássicas como Ó Abre Alas, Chiquinha teve uma vida marcada por ousadias tanto em sua carreira musical quanto em suas relações privadas. Tudo isso em um momento em que o Brasil passava por intensas transformações, na transição do Império para a República. A seguir, conheça mais de sua história.


Formação

Chiquinha nasceu em 17 de outubro de 1847, no Rio de Janeiro. Era filha de uma parda liberta e de um militar bastante rígido. Nesse contexto, segundo Simoni Barbiellini, produtora-executiva da mostra no Itaú Cultural, ela recebeu uma formação conforme o que era considerado o ideal para as “boas meninas” da época.

Saber tocar piano, por exemplo, era uma habilidade bem-vista socialmente. Assim, aos 11 anos de idade, passou a ter aulas com professores no próprio ambiente doméstico. A partir daí, faria apresentações dentro de casa, em saraus que reuniam familiares e amigos dos pais.

Réplica do piano de Chiquinha, adquirido em 1909 e guardado hoje no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, é exposta no Itaú Cultural.FOTO: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

Transgressões

Chiquinha casou-se em 1863 com Jacinto Ribeiro do Amaral, com quem teve dois filhos — João Gualberto e Maria do Patrocínio. Diante de crises que envolviam o ciúmes do marido por seu envolvimento com a música,  o casamento durou menos de uma década. Naquela época, o divórcio não era uma possibilidade. Chiquinha, mesmo assim, decidiu abandonar o marido para ir viver, em 1872, com o engenheiro João Batista de Carvalho, de quem engravidou de Alice, sua terceira filha.

Ao visitar a exposição no Itaú Cultural, o público poderá conferir itens reveladores do que configurou uma grande transgressão de Chiquinha em relação às expectativas em torno das mulheres naquele momento. Um documento mostra, por exemplo, o processo que seu marido abriu contra ela por “abandono do lar”.

Pouco tempo depois, como uma forma de ganhar a vida e garantir o sustento dos filhos, Chiquinha passou a anunciar o seu trabalho como professora de música, francês e de disciplinas básicas. Nesse meio tempo, de forma autodidata, aprendeu  a instrumentar.

No Itaú Cultural, um dos anúncios de suas aulas particulares.FOTO: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

As transgressões de Chiquinha, no entanto, foram muito além das suas relações privadas (marcadas também pelo envolvimento com um companheiro 36 anos mais jovem). Em sua trajetória na música, ousou não apenas como mulher, ao tornar-se a primeira a reger uma orquestra no Brasil (com a estreia da peça A Corte na Roça, em 1885), mas puramente como artista, ao compor a primeira canção carnavalesca do País — Ó Abre Alas, de 1899, que até hoje marca a cultura brasileira.

Exibido no Itaú Cultural, texto de Mariza Lira de 1946 destaca o talento de Chiquinha.FOTO: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO (TEXTO PERTENCENTE AO ACERVO DO INSTITUTO MOREIRA SALLES)

Carreira

Entre 1902 e 1909, Chiquinha fez diferentes viagens à Europa, chegando a instalar-se por mais tempo em Lisboa, onde atuou como compositora de partituras para o teatro. Foi nesse período que ela começou a dar atenção à questão dos direitos autorais, depois de ver obras suas sendo vendidas sem autorização. Nos anos seguintes ao seu retorno ao Brasil, participou, assim, de campanhas em defesa dessa causa. Nesse contexto, em 1917, foi uma das fundadoras da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.

Chiquinha Gonzaga, a única mulher na foto, em encontro da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.FOTO: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO (IMAGEM PERTENCENTE À COLEÇÃO EDINHA DINIZ/INSTITUTO MOREIRA SALLES)

Se as composições de Chiquinha cercam o imaginário brasileiro ainda hoje, são quase inexistentes os registros de sua voz ou de interpretações suas ao piano. Na exposição no Itaú Cultural, o público poderá conferir um áudio raro, mostrado aqui com exclusividade pelo Estadão. Trata-se de um registro de 1922, encontrado em 2015 pelo colecionador e pesquisador Gilberto Inácio Gonçalves. A gravação, digitalizada pelo IMS, traz a voz de Chiquinha a anunciar duas composições que interpretaria na sequência: Argentina e Saudade.

OUÇA O REGISTRO RARO DE CHIQUINHA GONZAGA


Não se pode dizer que a recepção da produção de Chiquinha foi sempre favorável. Como será possível verificar na exposição, havia quem visse sua obra de forma pejorativa. Em 1914, por exemplo, Rui Barbosa fez um discurso no Senado Federal condenando a execução, em uma recepção presidencial, de uma composição da artista. Em sua última década de vida, Chiquinha ganhou, no entanto, o devido reconhecimento por seus feitos artísticos, sendo homenageada, em 1925, pela Sociedade Brasileira de Autores Teatrais como “heroína maior da música brasileira”.

Por ironia do destino, a compositora da primeira marchinha brasileira morreu em 28 de fevereiro de 1935, em plena época de carnaval.

Chiquinha Gonzaga em 1932.FOTO: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO (IMAGEM PERTENCENTE À COLEÇÃO EDINHA DINIZ/INSTITUTO MOREIRA SALLES)

Legado

NA IMPRENSA

Em artigo para o Estadão, publicado em 19 de fevereiro de 1940, Mário de Andrade relembra o pioneirismo de Chiquinha. As dificuldades enfrentadas pela maestrina em seu meio eram evidentes. Segundo ele, "para se impor como compositora de teatro, Chiquinha Gonzaga teve de lutar muito. Era mulher, e embora já celebrada nas suas peças de dança, ninguém a imaginava com o fôlego suficiente para uma peça teatral". Ela, contudo, teve fôlego de sobra: "Foi a primeira regente mulher que já tivemos", anota o crítico e escritor paulistano.

Mário de Andrade assina texto sobre Chiquinha em 1940.FOTO: ACERVO ESTADÃO.

Sua consagração popular não vinha desacompanhada de refinamento. Para Mário de Andrade, "o interesse maior de Chiquinha Gonzaga está nisso: a sua música, assim como ela, soube resvalar pela boemia carioca sem se tisnar, é agradável, é simples sem atingir o banal, é fácil sem atingir a boçalidade" — uma observação que registra perfeitamente o trânsito da compositora entre o popular e formas mais refinadas.

Já em 1940, o autor de Macunaíma assinalava com justiça o papel político de Chiquinha, sem diminuir-lhe em nada a excelência estritamente musical: "A autora do Corta-Jaca foi realmente uma mulher enérgica, cheia de iniciativas. Republicana apaixonada, tomou parte nas lutas de 1893, publicando músicas de sentido político. Chegou a ter ordem de prisão por isso, as cópias de cançoneta Aperte o botão foram apreendidas e inutilizadas".



UM MUSICAL PARA CHIQUINHA

Em 1998, a atriz Rosamaria Murtinho protagonizou o musical Ó Abre Alas, com texto de Maria Adelaide Amaral, baseado na biografia escrita por Edinha Diniz (consultora da mostra no Itaú Cultural). O espetáculo comemorava os 105 anos de Chiquinha Gonzaga e foi importante para, mais de 60 anos após sua morte, apresentá-la para uma nova geração, que talvez só a conhecesse pela marchinha que deu nome ao musical. A direção ficou a cargo de Charles Möeller.

No Rio de Janeiro, terra de Chiquinha, o espetáculo foi encenado no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, no centro da cidade, palco pelo qual passaram inúmeras peças para as quais a maestrina compôs e onde ela mesma se apresentou.

Rosamaria Murtinho caracterizada como Chiquinha Gonzaga.MUSICAL O ABRE ALA

Em dia de espetáculo, a atriz cumpria um ritual: ia até a igreja de Nossa Senhora de Lampadosa, a poucos metros do teatro, rezar. Assim como a Praça Tiradentes, o local tem uma importância histórica: foi nele que o herói da Inconfidência fez sua última oração antes de ser levado à morte.

Acostumada a interpretar mulheres de personalidades fortes — ela também deu vida nos palcos à escritora Clarice Lispector e à cantora Isaurinha Garcia —, Rosamaria diz que, ao contar a vida de Chiquinha, descobriu-se feminista. “Ela não tinha dinheiro para comprar chapéus — e mulheres, na época dela, só podiam sair de casa cobrindo a cabeça —, então começou a usar os laços. Era uma mulher forte, corajosa“.

Um ano depois, a TV Globo levou ao ar a minissérie Chiquinha Gonzaga, que foi protagonizada pelas atrizes Regina Duarte e Gabriela Duarte, escrita por Lauro César Muniz e dirigida por Jayme Monjardim. Rosamaria chegou a ser cogitada também para o papel de Chiquinha na televisão — Claudia Abreu faria a maestrina mais nova — porém, acabou participando com a personagem de Princesa Isabel.

OUÇA ROSAMARIA MURTINHO
FALANDO SOBRE CHIQUINHA GONZAGA


OBRA ACESSÍVEL

Quando a minissérie sobre a vida e carreira de Chiquinha Gonzaga foi ao ar, em 1999, Wandrei Braga estudava piano e se encantou com a história da compositora que ele conhecia apenas pela marchinha Ó Abre Alas. De imediato, ele criou um site em homenagem à artista.

Com o interesse crescente pela obra de Chiquinha, Braga partiu em busca das partituras das músicas compostas por ela, guardadas no acervo do IMS. Com o intuito de popularizá-las, ele comandou, em 2011, um projeto de digitalização de 360 delas, que passaram a ficar acessíveis no site chiquinhagonzaga.com.

REPRODUÇÃO

Recentemente, Braga e a pianista e doutora na UniRio Maria Teresa Madeira, que já gravou três álbuns com as composições de Chiquinha, lançaram a coleção de Chiquinha Gonzaga Para Todos: Piano Iniciante ao Avançado, com 145 partituras divididas em 4 livros (R$ 300). “A gente fez um recorte só de piano solo e organizou por ordem de dificuldade, de uma maneira didática. Chiquinha não compôs para iniciantes, então, tivemos que criar algumas simplificações para trabalhar didaticamente o acesso a sua obra”, explica Braga.

Braga acredita que a obra de compositores brasileiros precisa ser mais valorizada pelas escolas de música e universidades. Para ele, o legado de Chiquinha tem grande importância histórica e ainda ressoa na música popular brasileira.

“No Brasil colonizado, recebemos muita influência da música europeia, que se instala no Rio de Janeiro junto com a Família Real. Chiquinha é uma compositora de transição. Ela, Ernesto Nazareth, Joaquim Callado e outros compositores pegam os ritmos europeus, como a polca, a valsa e a mazurca, e misturam com influências indígenas e africanas. Surge uma nova vertente que vai dar no choro. A partir daí, o Brasil ganha uma identidade musical. Depois, vem o samba, a bossa nova e os demais gêneros. Para entender a música brasileira, é preciso estudar Chiquinha Gonzaga”, afirma.

SERVIÇO


Ocupação Chiquinha Gonzaga
Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, Bela Vista, 2168-1777.
Inauguração: 24/2. Grátis. Até 23/5.
Visitas mediante agendamento.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

FRAUDADORES DO AUXÍLIO EMERGENCIAL FEDERAL SÃO PROCURADOS:

PF faz operação contra fraudes no pagamento do auxílio emergencial na Bahia e mais 3 estados


Fonte:G1

Nesta quinta-feira (18), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para combater fraudes no pagamento do Auxílio Emergencial. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Bahia, Paraíba, Tocantins e em Minas Gerais.

De acordo com as informações, a suspeita é que criminosos usavam recursos do auxílio emergencial, de pessoas que não tinham solicitado a ajuda, e usavam os valores para o pagamento de boletos. A ação busca provas da atuação de fraudadores. A investigação começou a partir de reclamações feitas na Caixa e o cruzamento de dados com o núcleo de inteligência da PF.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

RICARDO DE BENEDICTIS - LITERATURA:

COMENTÁRIO SOBRE A VIDA DE ERNEST HEMINGWAY

Ernest Hemingway trabalhando no livro Por Quem os Sinos Dobram em Sun Valley, em Idaho em dezembro de 1939.
Nome completoErnest Miller Hemingway
Nascimento21 de julho de 1899
Oak Park, em Illinois, Estados Unidos
Morte2 de julho de 1961 (61 anos)
Ketchum, em Idaho, Estados Unidos
ParentescoMariel Hemingway (neta), Margaux Hemingway (neta)
CônjugeElizabeth Hadley Richardson (1921 - 1927)

Pauline Pfeiffer (1927 - 1940)
Martha Gellhorn (1940 - 1945)
Mary Welsh Hemingway (1946 - 1961)

OcupaçãoEscritor
Principais trabalhosThe Sun Also Rises
For Whom the Bell Tolls
The Old Man and the Sea
PrêmiosPrémio Pulitzer de Ficção (1953)

Nobel de Literatura (1954)

Gênero literárioRomance, contos
Magnum opusPor Quem os Sinos Dobram
Causa da morteSuicídio com arma de fogo
Assinatura
Ernest Hemingway Signature.svg

Ricardo De Benedictis

Autor de inúmeros romances importantes, era um homem inquieto, em busca de aventuras desde a juventude.

Não conseguindo integrar o Exército americano, por dificuldades de visão,  ingressou na Cruz Vermelha como motorista de ambulância e foi observador de guerra, correspondente estrangeiro no front, vivendo os rigores da guerra e ao mesmo tempo convivendo por onde andava, com escritores artistas e...mulheres, tudo isso regado a wkisky.  Em determinado momento da sua vida, tentou voltar para sua cidade natal, mas não aguentou a monotonia e retornou ao seu ambiente preferido de aventuras intermináveis em várias partes do mundo Passou 4 anos na Espanha durante a Guerra Civil espanhola, andou muito em Cuba e em Paris, acompanhou uma das suas mulheres à China e acabou sua vida com um suicídio utilizando um fuzil de caça. Para quem assiste o filme que aborda sua vida, é um personagem admirável, beberrão, bem humorado, inconstante com as mulheres, mas cheio de sentimentos nobres. Viveu uma vida atribulada, passou perrengues sem fim, conviveu com príncipes e bandidos, além de ter amigos com os quais brigava e brigava, mas não deixava de curtir suas farras. Era um bon vivant, atrativo para as mulheres que conquistava, passando de um relacionamento a outro. Até que chegou aos 60 anos, com a saúde comprometida, memória desgastada e falhando, o que o impedia de realizar seu principal mister, a criação e a arte de escrever.  Vale a pena assistir o filme na HBO sobre sua inigualável passagem pela vida. Ganhou Prêmio Nobel da Literatura em 1954 e outros prêmios pelo seu magnífico labor artístico literário.  Um grande escritor, uma grande obra e uma vida cheia de romances pessoais. Este é o que pude assimilar neste resumo sobre Ernest Hemingway.

Os dados a seguir foram transcritos da Wikipedia a cujos direitos autorais pertence a mini-biografia do autor do besr seller 'O velho e o mar'!;

 Ernest Miller Hemingway (Oak Park, 21 de Julho de 1899  Ketchum, 2 de Julho de 1961) foi um escritor norte-americano. Trabalhou como correspondente de guerra em Madri durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Esta experiência inspirou uma de suas maiores obras, Por Quem os Sinos Dobram. Ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), se instalou em Cuba. Em 1953, ganhou o Prémio Pulitzer de Ficção, e, em 1954, ganhou o prêmio Nobel de Literatura.[1][2] Suicidou-se em Ketchum, em Idaho, em 1961.[2]

Biografia

Ainda muito jovem, quando a Grande Guerra (1914-1918) assombrava o mundo, decidiu ir à Europa pela primeira vez. Hemingway havia terminado o segundo grau em Oak Park e trabalhado como jornalista no jornal The Kansas City Star. Tentou alistar-se no exército, mas foi preterido por ter um problema na visão. Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de motorista de ambulância na Cruz Vermelha. Na Itália, apaixonou-se pela enfermeira Agnes Von Kurowsky, que viria a ser sua inspiração para a criação da heroína de Adeus às Armas (1929) – a inglesa Catherine Barkley. Atingido por uma bomba, retornou para Oak Park, que, no entanto, depois do que havia visto na Itália, tornara-se monótona demais para ele.[2]

Voltou então à Europa (Paris) em 1921, recém-casado com Elizabeth Hadley Richardson, seu primeiro casamento, com quem teve um filho. Na ocasião, trabalhava para a revista canadense Toronto Star Weekly e, em início de carreira, se aproximou de outros principiantes: Ezra Pound (1885 – 1972), Scott Fitzgerald (1896 – 1940) e Gertrude Stein (1874 – 1946).[2] Hemingway era parte da comunidade de escritores expatriados em Paris conhecida como "geração perdida", nome inventado e popularizado por Gertrude Stein.

A vida e a obra de Hemingway têm intensa relação com a Espanha, país onde viveu por quatro anos. Uma breve mas marcante passagem para o escritor americano, que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica com os espanhóis. Em Pamplona, em meados do século XX, fascinou-se pela tauromaquia, chegando a tourear como amador, experiência que abordaria no seu livro O Sol Também Se Levanta (1926).

O seu segundo casamento (1927) foi com a jornalista de moda Pauline Pfeiffer, com quem viria a ter dois filhos. Em 1928, o casal decidiu morar em Key West, na Flórida. Em Key West, no entanto, o escritor sentiu falta da vida de jornalista e correspondente internacional. Ao mesmo tempo, o casamento com Pauline se tornou instável. Nessa época, conheceu Joe Russell, dono do Sloppy Joe's Bar e companheiro de farra.

Mesa do escritor em Key West, na Flórida

Já na década de 1930, resolveu partir com o amigo para uma pescaria. Dois dias em alto-mar que terminaram em Havana, capital cubana, para onde passou a voltar anualmente na época da pesca ao marlim (entre os meses de maio e julho). Na cidade, hospedava-se no Hotel Ambos Mundos, em plena Habana Vieja, bairro mais antigo da cidade, que se tornou o lar do escritor e o cenário que comporia sua história e a da própria ilha pelos próximos 23 anos. Duas décadas de turbulências que teriam, como desfechos, a revolução socialista e o suicídio do escritor.[2]

Em Cuba, o escritor se apaixonou por Jane Mason, que era casada com o diretor de operações da Pan American Airways. Hemingway e Jane se tornaram amantes. Em 1936, novamente se apaixonou: desta feita pela destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do segundo divórcio, confirmando o que predissera seu amigo, Scott Fitzgerald, quando eles se conheceram em Paris:[3] "Você vai precisar de uma mulher a cada livro". Assim, Hemingway partiu para a Espanha, onde Martha já estava, e, em meio à guerra, os dois viveram um romance que resultou no seu terceiro casamento.[3] Ao cobrir a Guerra Civil Espanhola como jornalista do North American Newspaper Alliance, não hesitou em se aliar às forças republicanas contra o fascismo,[2] o que viria a ser o tema do livro Por Quem os Sinos Dobram (1940), considerada sua obra-prima.[carece de fontes] Quando a república espanhola caiu e a Europa vivia o prenúncio de um conflito generalizado, Hemingway retornou para Cuba com Martha.[2]

Hemingway a bordo de seu iate por volta de 1950

Em Cuba, durante a Segunda Guerra Mundial, Hemingway montou uma rede de informantes com a finalidade de fornecer, ao governo dos Estados Unidos, informações sobre os espanhóis simpatizantes do fascismo na ilha. Também passou a patrulhar o litoral a bordo de seu iate Pilar na busca de possíveis submarinos alemães. Porém a Agência Federal de Investigação estadunidense via com desconfiança a colaboração de Hemingway, por considerá-lo um simpatizante do comunismo.[4]

Em 1946, o escritor casou-se pela quarta e última vez: desta vez com Mary Welsh, também jornalista mas tímida e disposta a viver ao lado de um Hemingway cada vez mais instável emocionalmente.[2] Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou-se quatro vezes, além de ter tido vários relacionamentos românticos. Em 1952, publicou "O Velho e o Mar", com o qual ganhou o Prémio Pulitzer de Ficção (1953).[3] Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1954[5][2] devido ao seu ""domínio da arte da narrativa, mais recentemente demonstrado em O Velho e o Mar, e pela influência que exerceu no estilo contemporâneo[6]".

Suicídio

Ao longo da vida do escritor, o tema suicídio aparece em escritos, cartas e conversas com muita frequência. Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde e financeiros. Sua mãe, Grace, dona de casa e professora de canto e ópera, o atormentava com a sua personalidade dominadora. Ela enviou-lhe, pelo correio, a pistola com a qual o seu pai havia se matado.[3] O escritor, atônito, não sabia se ela queria que ele repetisse o ato do pai ou que guardasse a arma como lembrança.[2] Aos 61 anos e enfrentando problemas de hipertensão, diabetes, depressão e perda de memória, Hemingway decidiu-se pela primeira alternativa:[2] era, também, portador de hemocromatose, a qual está relacionada à depressão, hipertensão e diabetes.[7]

Todas as personagens deste escritor se defrontaram com o problema da "evidência trágica" do fim. Hemingway não pôde aceitá-la. A vida inteira jogou com a morte, até que, na manhã de 2 de julho de 1961, em Ketchum, em Idaho, tomou um fuzil de caça e disparou contra si mesmo. Encontra-se sepultado no Cemitério de Ketchum, em Ketchum, no Condado de Blaine, em Idaho, nos Estados Unidos.[8]

Bibliografia

Romances

Não ficção

Contos e pequenas estórias

  • 1923 Three Stories and Ten Poems
  • 1925 In Our Time
  • 1927 Men Without Women
  • 1932 The Snows of Kilimanjaro
  • 1933 Winner Take Nothing
  • 1938 The Fifth Column and the First Forty-Nine Stories
  • 1947 The Essential Hemingway
  • 1953 The Hemingway Reader
  • 1972 The Nick Adams Stories
  • 1976 The Complete Short Stories of Ernest Hemingway
  • 1995 Collected Stories
  • Sem data: Hills like White Elephants

Referências

  1.  Lynn (1987), 574
  2.  Revista História Viva, nº 46, pp. 28-33, Editora Duetto (2006).
  3.  «Ernest Hemingway - Biografia». Banco de Dados da Folha. UOL - Educação. Consultado em 21 de julho de 2012
  4.  Veja. Disponível em http://veja.abril.com.br/260700/p_086.html. Acesso em 22 de junho de 2014.
  5.  Lynn (1987), 574
  6.  «Facts on the Nobel Prize in Literature». www.nobelprize.org. Consultado em 8 de agosto de 2018
  7.  A morte de Hemingway e a consciência sobre a hemocromatose
  8.  Ernest Hemingway (em inglês) no Find a Grave - WIKIPEDIA

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