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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

RICARDO DE BENEDICTIS - HOMENAGEM AO REI PELÉ - CRÔNICA

 

REI MORTO, REI POSTO?

Ricardo De Benedictis

Vitória da Conquista, 29 de dezembro de 2022

A morte de Pelé marca este fatídico ano de 2022 quando perdemos um verdadeiro batalhão de amigos e de figuras do mundo artístico-cultural, aqui e no nosso Brasil.

Há uma antiga frase, dita na época em que os reinados se sucediam, mundo afora, ‘REI MORTO, REI POSTO’.

No mundo político é assim que funciona, mas não no sentido de um ser melhor ou mais importante que o outro. Apenas porque há uma sucessão natural que já se traz de berço, tendo em vista os laços consanguíneos dos herdeiros, nos regimes de países como Inglaterra e outros.

Entretanto, o título de REI que o Comitê Olímpico Internacional concedeu a Pelé, o nosso ‘Rei Pelé’, para esse não há sucessor. Ele recebeu o título de Atleta do Século, representando todos os esportes praticados no mundo e para esse laurel, não há como se aplicar a máxima de rei morto, rei posto.

A morte de Pelé é um acontecimento que o mundo inteiro pranteia, mesmo sabendo que ele como pessoa humana era mortal. A sua performance de jogador de futebol, um craque sem parâmetros com qualquer outro, isso jamais terá sucessão.

Quem sabe, no final do século XXI o Comitê Olímpico Internacional venha a premiar algum atleta como atleta do século. Se isto acontecer, mesmo assim, Pelé continuará sendo o Rei do Futebol, Maior atleta do século XX.

Registro essa pequena homenagem ao grande craque que tive a glória de ver jogar algumas vezes na antiga Fonte Nova, no Estádio Octavio Mangabeira. E como tudo no Brasil e na Bahia, nada perdura à sanha indomável da inveja e da falta de caráter, acharam um jeito de dar o nome de uma cerveja de quinta para o estádio que leva o nome de um ex-governador da Bahia, um intelectual de escol, homem honesto que honra a Bahia e o Brasil, mas que uma ‘vanavaga’ qualquer, na ânsia de superfaturar para a Copa de 2014, deixou em segundo plano, algo que deveria ter preservado.

Salve o Rei Pelé, Primeiro e único de todos os tempos! Que Deus receba sua alma e que descanse em paz! 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

RICARDO DE BENEDICTIS - CRÔNICA

 

RODA VIVA EM FOCO

Ricardo De Benedictis

Assisto com certa frequência o programa de entrevistas da TV Cultura de São Paulo, o RODA VIVA, há alguns anos.

Desta feita, o entrevistado foi Fernando Gabeira, ex-terrorista, ex-deputado federal, atual jornalista, repórter, comentarista, documentarista, um homem inteligente, e de cuja maneira de abordar os fatos nos deixa à vontade para pensar nas nossas idas e voltas pelo mundo nem sempre claro do pensamento socialista.

O programa foi dirigido por Vera Magalhães e contou com participação dos jornalistas Dora Kramer, Luiz Carlos Azedo, Ancelmo Gois, Carla Vilhena e Vera Iaconelli.

Logo de início os entrevistadores levaram Gabeira às cordas com perguntas longas tratando de assuntos, cujas respostas demandariam muito tempo e foram rechaçados com o jeito Gabeira de ser. Ele evitou o tempo todo de entrar no ataque frontal a Bolsonaro, que era a intenção inicial dos entrevistadores e passou a responder com muita calma e parcimônia as perguntas sobre corrupção nos governos que o antecederam e no atual. Nisso Gabeira referiu-se às ‘rachadinhas da família Bolsonaro’ e ao fato do presidente ‘ter influenciado seus filhos a ingressarem na vida pública’. Também em relação à lavajato, foi sincero ao afirmar que achou errado no final, quando os procuradores tentaram criar uma Fundação com parte do dinheiro que, segundo ele, deveria seguir para o Tesouro Nacional, saqueado pelo PT e seus puxadinhos, nos governos Lula e Dilma. Mas reconheceu normal a aproximação extra-processual entre juízes e procuradores, quando os fatos demandam ações de alta incidência criminal e que necessitam interação para seu sucesso. Por outro lado, mostrou-se avesso às conversas da ‘vazajato’ sem, entretanto, emitir opiniões mais aprofundadas.

Ancelmo Gois pareceu-nos adoentado, com a fisionomia abatida e participou menos do programa. Dora Kramer, inicialmente agressiva, recuou em seus ataques, Vera Iaconelli agressiva, não teve muito sucesso em seus arroubos contra Bolsonaro e Carla Vilhena, idem. Quanto a Luiz Carlos, mostrou-se respeitoso e conversou com Gabeira numa espécie de papo informal. Vez por outra a Vera interrompia Gabeira e em algumas oportunidades chegou a irritá-lo, quando cortava suas frases e seu raciocínio.

Gabeira reiterou que a esquerda não é a mesma e que Lula parece pensar como em 2003, mas que o mundo mudou muito e certos conceitos devem ser revistos. Disse ainda que provavelmente a Direita volte mais à frente, fenômeno que vem se dando em boa parte do Planeta.

Perguntado sobre a questão das gerações vindouras, Gabeira disse o que é óbvio para uns, mas nem tanto para outros, ‘nós somos movidos muito mais pelas perguntas e a cada tempo temos menos respostas’ em síntese, foi o que depreendemos da sua fala.

Por fim, achamos bom o programa, mas a falta de um viés que trouxesse o desastre causado pelos governos petistas às estatais, parecia tabu. Não se tocava. Gabeira ainda fez uma crítica leve a Alexandre de Moraes e ao inquérito criado por Toffoli do qual ele é relator, ‘e tudo ficou como dantes no Quartel de Abrantes’.

sábado, 3 de dezembro de 2022