SÓ QUANDO BOI VOAR OU GALINHA TIVER
DENTES
(Primeiro da série)
Ricardo De Benedictis
Esta forma de expressão popular
indica que a promessa ou a proposta feita por alguém é impossível de acontecer.
Entretanto, a primeira hipótese em referência ao boi, foi testemunhada por
agricultores gaúchos, que assistiram atônitos e apavorados, vários bois e vacas
passarem a 20, 30 metros de altura, levados pelo ciclone que devastou suas
propriedades, já agora, em pleno século XXI. Resta a segunda hipótese, da
galinha vir a ter dentes, fato que só uma modificação genética futura possa vir
a fazer valer.
Diante do exposto, quero iniciar esta
crônica, colocando-me no lugar da população carioca, que teve seus dois ex-governadores
presos (Garotinho e Sérgio Cabral), apesar de Garotinho mostrar-se mais
influente e convincente, já que foi solto em poucos dias, depois de ter
protagonizado cenas inusitadas, lutando até com os pés para safar-se da prisão,
deitado em maca da ambulância, fingindo-se de doente. Ainda no Rio de Janeiro,
a prisão do seu então deputado e presidente da Câmara Federal – Eduardo Consentino
Cunha, agora condenado a 15 anos de cadeia, por Sérgio Moro, bem como do grande
‘bilionário’ Eike Batista e, como se ainda fosse pouco, a prisão de seis dos
sete juízes do TCE – Tribunal de Contas do Estado do Rio e a ‘condução
coercitiva’ do presidente da ALERJ – deputado Jorge Pisciani (um dos donos da
cervejaria Petrópolis – e da marca Itaipava), pai do Ministro do Esporte,
também deputado Leonardo Pisciani, vejam como é complexo falar-se de tanta
gente, tão próxima do PT e de Lula/Dilma, até o ano passado, mas que agora
defendem o governo Temer com unhas e dentes.
Falando da Bahia, seria uma falha
enorme deixar de lado o maior grupo de empresários do Brasil, a família
Odebrecht. Os ossos do velho Norberto estão tiritando (se é que não foram
cremados), com a criação de um departamento de propina pelo seu neto Marcelo
Bahia Odebrecht que, por sinal, nada tem da família paterna na aparência facial. Pode ser que tenha nos
gens, e deve ter. Aparentemente, entretanto, ele se parece mais com o humorista
típico do Nordeste. É bom lembrar que temos figuras interessantes, tanto na
Câmara quanto no Senado. O presidente da Câmara assemelha-se e muito com o ‘Bolinha’
e o presidente do Senado é um ‘Didi Mocó’ estilizado e posudo. Dizem que é
milionário, mas ambos (presidentes das duas Casas do Congresso Nacional), são
investigados na Lava-Jato e ‘nada se passa nos corações dos homens’ que o juiz
Sérgio Moro não saiba. Temos de aguardar as investigações, vez que eles estão
sob a proteção do Fôro e só o STF pode processá-los.
Por falar em Nordeste, lembro que
Rodrigo Maia (Bolinha), é brasileiro sim. Apesar de ter nascido no Chile e ter
mãe chilena, os esquerdopatas que o perseguem devem parar de mentir. Filho de
Cesar Maia (ex-prefeito do Rio), ele nasceu no Chile porque seu pai era exilado
político e lá morava, fato que sucedeu ao senador José Serra que também
casou-se com uma chilena em semelhante período.
Voltando à Bahia, de uma cajadada só,
a PGR solicitou a abertura de inquérito contra vários membros do PP, entre
eles, Mário Negromonte pai (ex-deputado federal, atualmente membro do Tribunal
de Contas dos Municípios) e Mário Negromente Filho, atualmente deputado federal
pela Bahia.
Na relação de propinas da Odebrecht
constam quase todos partidos. Lá estão o PCdoB, o PDT, o PR, o PMDB, o PSDB e
vários outros. A empreiteira distribuía dinheiro para todos. Mais para uns, menos
para outros, a depender da influência para votações que interessassem à
empresa, na era das Medidas Provisórias compradas a peso de ouro nos governos
Lula e Dilma e que levaram o País à situação atual.
Como o STF – Supremo Tribunal Federal
demora muito para julgar feitos criminais, já que sua especialização é mais
para um tribunal constitucional, o tal Fôro Privilegiado, o Fôro por
prerrogativa de função, à primeira vista é a porta da impunidade.
Acho que devem ser feitas mudanças
urgentes na estrutura do STF, bem como na forma de escolha dos seus ministros.
Há que se pensar num jeito de dar mandato ao juiz (ministro) e não a perenidade
que é sempre nociva. Dez anos seria um bom prazo para que o cidadão escolhido
exercesse a Magistratura da Côrte mais alta e pudesse agir com segurança e
total isenção. A indicação política nos parece deletéria. Deveria ser por
mérito e por carreira. Dos onze juízes, Três deveriam ser oriundos do STJ -
Superior Tribunal de Justiça, dois viriam dos Tribunais Regionais Federais, um
deveria vir da Primeira Instância Federal, dois viriam da carreira de
Procuradores (Ministério Público Federal), um por indicação da OAB – Ordem dos
Advogados do Brasil, um por indicação da Defensoria Pública Federal e o último através
de indicação do Senado.
Por fim, não poderia deixar de
abordar o comportamento dos (as) deputados (as) e senadores dos partidos da
esquerda que, de segunda-feira a sexta-feira fazem suas inscrições para falarem
as mesmas coisas, tentando repetir mentiras verdadeiras, uma vez que eles são
os responsáveis pelos males do país. Trazem gráficos e mais gráficos para
mostrarem que estava tudo bem e que o ‘governo golpista’ piorou tudo. Vão
morrer de inanição de votos. O povo já não quer ouvi-los mais. Inclusive, a TV
Senado e a TV Câmara, têm perdido audiência, pois ninguém suporta o desfile de
mentiras dos discursos feitos pelas assessorias da Grace, da Vanessa, do
Requião, da Regina, da Ângela, do Humberto Costa, Randolfe Rodrigues e outros.
É uma coisa macabra que torna a audiência insuportável. Muitas das vezes eles
falam para dois ou três colegas que sentem-se na obrigação de prestigiá-los. E
o senador Paim, o dono da verdade, parece o ‘bufão do rei’ falando bobagens o
tempo todo e quando está nas Comissões, leva seus amigos das centrais sindicais
para aplaudi-lo. Uma vez o respeitável senador Cristóvam Buarque o chamou de ‘terrorista’.
Ele é uma espécie de terrorista das idéias.
Tudo isso acontece porque o Brasil em
sua desorganização, deixa as entidades sindicais levarem um di de trabalho de
cada operário, como algo obrigatório. Um governo sério deverá acabar com esta
obrigatoriedade. Quer filiar pessoas em seus sindicatos, que vão à luta.
Obrigar a pagar para assistir a farra que fazem com seu dinheiro, é demais. Um
governo sério acabaria também com a contribuição patronal para o Sistema ‘S’.
Acho que daí por diante, não teríamos tantas greves, tanta violência entre
sindicalistas, mortes encomendadas, tudo pela conquista do poder sindical, que
virou uma chaga para o Brasil.