A PANDEMIA JORNALÍSTICA E O MEIO
AMBIENTE NUM PLANETA DESGASTADO
O OUTRO LADO DA
HISTÓRIA DE UMA DESPOLUIÇÃO FORÇADA DA NATUREZA
Jeremias Macário
Não há dúvida de que a situação da propagação
do coronavírus, o Covd-19, no planeta já desgastado por doenças e desastres da
natureza, provocados pela intervenção predatória humana, é muita séria e requer
cuidados. No entanto, houve, desde o início, uma pandemia no noticiário
jornalístico que criou pânico e histeria na população, com informações
desencontradas e muitas outras que nem foram esclarecidas.
Na história da humanidade já ocorreram várias
pandemias de vírus, pestes e doenças, como a bubônica no século XVIII e a gripe
espanhola, em 1918, mas esta é devastadora e está fazendo a terra parar, como
na música “No Dia Em Que a Terra Parou”, do místico compositor baiano Raul
Seixas. A mídia tem o papel de fazer sua parte na divulgação, mas não
sensacionalismo exagerados, na grande
maioria, matérias demasiadamente repetitivas ao longo do dia.
As medidas de confinamentos e os decretos,
muitos dos quais desastrosos, de fechamento de repartições, portos, aeroportos,
rodoviárias, serviços de alimentação (bares e restaurantes), hotéis e de outras
atividades batem em cadeias em nossas portas, e não se sabe aonde vamos chegar
nos próximos dias. Por que não cancelaram o carnaval?Hipocrisia e falta de
moral! A maioria individualista só pensa em abastecer suas dispensas. Tudo
parece um apocalipse de final de mundo.
O MEIO AMBIENTE
AGRADECE
De forma desordenada e abrupta, prefeitos e
governadores tomam suas posições de fechamento de suas fronteiras e criam as
mais diversas barreiras. Nessa histeria de paralisações, multidões, até poucos
dias como formigueiros, estão deixando de circular e, consequentemente,
emitindo menos gases tóxicos poluidores no ar,causando menos impacto ao meio
ambiente, o maior beneficiário nessa catástrofe.
Nesse momento tão
difícil, muita gente pode até achar irônica esta reflexão, mas o meio ambiente
agradece em não estar recebendo tantas sujeiras, plásticos e outros bagulhos
advindos do consumismo supérfluo. O certo é que está havendo uma despoluição
forçada do planeta, com milhões de pessoas fora de circulação.
Esse é o outro lado da história, hoje focada
quase que cem por cento no coronavírus, num país em desespero e sem estruturas
para combater, controlar e atender às pessoas contaminadas. Sem recursos
suficientes para testar e hospitalizar o contingente que cresce de infectados,
os pobres, principalmente os idosos, serão as maiores vítimas dessa pandemia,
como sempre acontece em ocasiões de tragédias e até mesmo através do
aquecimento global. Vão confinar os idosos em campos de concentração?
Até quando a economia
brasileira, já fragilizada, vai aguentar esse tranco de fechar os meios de
produção e serviços? Como vai se sustentar com a abrupta queda na arrecadação,
inclusive diante da necessidade premente de acudir a saúde com volumosos
recursos? Não se sabe o que pode ocorrer nos próximos dias e até meses, como se
comenta.
Como cidadão comum, queria aproveitar a
oportunidade para fazer algumas considerações e indagações, e também expressar
minha revolta com a atitude criminosa do capitão-presidente, que virou um
simples fantoche no Quartel General do Planalto. Mesmo suspeito, num gesto
irresponsável, se misturou aos seus amarelinhos correligionários (convocados
por ele) na frente do Planalto.
Não dá para entender como ele foi o único a
acusar negativo no teste do Covid-19 entre a comitiva infectada quando retornou
dos Estados Unidos. Não se sabe muito bem os motivos dessa viagem à terra do
Tio Sam (a mídia não explicou), quando o vírus já havia se alastrado na maioria
dos países. Como um presidente diz ser um problema só dele em estar, ou não com
o vírus? Em resposta, recebeu os panelaços da mesma classe que bateu para Dilma
Russelff.
MANIPULAÇÃO CIENTÍFICA?
Todos sabem que o coronavírus começou na
China, mas até hoje não explicaram a sua verdadeira origem. Pode ter sido
resultado de uma manipulação, ou experimento científico num laboratório onde
alguma coisa deu errada e o “bicho” ganhou mundo através do pesquisador? Como
ele surgiu? Ainda é um mistério a ser desvendado, mas a mídia não investiga
esse outro lado. A verdade é que, por muito tempo, o governo chinês escondeu
sua existência.
Por que até agora nada se fala da sua
possível propagação nos países africanos? Essas nações não foram atingidas? Quanto
à nossa realidade de país pobre e doente, não se vê mais notícias sobre os
avanços da dengue, da chicunkuhya, da zica e de outras enfermidades. Não se
mostra mais a precariedade dos hospitais públicos, e se algum deles está
fazendo tratamento de algum doente da Covid-19. Os ricos e poderosos estão indo
para o Sírio Libanês e para os particulares.
Todos os dias se vê, incansavelmente, as
imagens televisivas (muitas distorcidas) de máscaras e o lavar de mãos com
álcool e gel. Depois do lavar de mãos com todo aquele ritual,as pessoas não
pegam mais em nada? Ficam imóveis? Qual a validade de tempo do produto para
evitar a infecção. Vamos ter que passar o dia todo lavando as mãos? E o tempo
de uso da máscara? Os governos vão ter que desinfetar, diariamente, todas as
cidades brasileiras, o que é impossível.
Álcool e gel são as palavras mais usadas nessa
avalanche de reportagens, e aí os oportunistas gananciosos desgraçados (acham
que nunca vão morrer) aproveitam para estocar o produto e aumentar,
assustadoramente, os preços para 30 e até 50 reais, inclusive numa máscara que
custava cerca de cinco reais por unidade nas farmácias.
Infelizmente, a pandemia também serve para
mostrar o lado cultural do colonizador nos termos estrangeirados, quando se
podia muito bem se expressar em português, como o tal trabalho em casa, ao
invés do “home office”, como se fosse mais elegante. Renegamos a nossa cultura
para incorporar a do colonizador, e tome termos inglesados.