HOMENAGEM A UM GRANDE CIDADÃO QUE CONHECI EM POÇÕES NOS IDOS 1960/70 E QUE REENCONTREI AQUI EM CONQUISTA - ÁLVARO SENA GOMES
Conheci
Sena, como ele era tratado por todos, sob a apresentação do meu irmão,
Dr. Ernesto De Benedictis - que já era seu amigo há mais tempo.
Ele
morava com dona Vanda e filhos, na rua da Primavera, em frente à casa
daquele que seria o prefeito da cidade, Eurípedes Rocha Lima. À época
Sena era o chefe do serviço estadual de trânsito em
Poções, sua repartição de origem, uma vez que era policial civil.
Homem sério, de fino trato, Sena passou alguns anos em Poções e prestou relevantes serviços à comunidade.
Depois
de alguns anos o reencontrei aqui em Conquista, morando na Rua da
Barragem, no bairro Guarani. Se vivo fosse, hoje faria 101 anos de vida,
como descreve seu filho e ex funcionário do Banco do Brasil Ezequiel
Sacramento Sena Gomes.
Em
Conquista prestou relevantes serviços até sua aposentadoria. Tinha uma
agradável conversa e experimentei o prazer de trocar ideias com ele por
inúmeras vezes. .
Rendo
aqui minhas homenagens à família e à sua memória, tempo em que, publico
neste espaço uma singela homenagem de seu filho Ezequiel, uma vez que
minha amizade continua através da sua esposa, dona Vanda e seus filhos,
netos e bisnetos. A todos, a nossa homenagem.
Hoje,
11 de abril, nosso velho estaria completando 101 anos de idade
Acordei com uma saudade
imensa do meu pai. Por isso, resolvi rabiscar alguma coisa em sua
homenagem, para que os filhos(as), os netos(as) e os bisnetos(as)
conheçam um pouco mais o significado da descendência gOenealógica SENA
GOMES.
Álvaro Sena Gomes, nosso pai, mais conhecido, em
sua terra natal, por Benzinho - apelido carinhoso que lhe deram quando
menino, pela beleza e robusta criança que era. Se vivo estivesse, hoje,
data do seu aniversário, completaria 101 anos. Nasceu no dia 11 de abril
de 1922, no Centro-Norte da Bahia, na cidade de Senhor do Bonfim a,
aproximadamente, 380 quilômetros da capital do Estado. Filho de Antônio
Sena Gomes e de d. Elvira Lola Fialho Sena Gomes (há quem comente que
eles, nossos avós, eram primos).
Lembro-me, com muito carinho, dos
incríveis momentos em que estivemos juntos. Como era admirável o seu
amor pelo Flamengo, uma coisa fora do comum, inexplicável! Quanta
alegria vê-lo todo contente, sorrindo e vibrando com os gols de Zico
narrados na Rádio Globo por Jorge Cury ou por Waldir Amaral! Também me
recordo de como ele ficava abatido quando o Mengo perdia! Sua tristeza
era tanta que ia dormir sem jantar! Essa paixão pelo Rubro-Negro ele
passou como herança para todos nós - filhos, a maioria dos netos e, quem
sabe, os bisnetos.
Nosso pai era um exímio contador
de histórias, sempre nos envolvendo com suas narrativas divertidas,
cheias de graça e de ensinamentos valiosos. Ele tinha uma liderança
própria entre todos ao seu redor, principalmente por ser um homem sério,
verdadeiro, reservado até, em certos momentos, por convicção daquilo em
que acreditava. Belo exemplo de vida para todos aqueles que tiveram a
oportunidade de conhecê-lo. Além de ser um homem amoroso, dedicado,
trabalhador e responsável, era extremamente respeitado em todas as suas
ações/decisões.
Depois de casado, e já pai da metade
do seu clã, resolveu concluir os estudos que estavam, até então,
disponíveis em Vitória da Conquista, no antigo colégio Edvaldo Flores.
Assim, adquiriu o conhecimento necessário para galgar outras funções e
cargos, mesmo na condição de policial civil. Sinceramente, eu nunca
soube que nosso pai trabalhasse nas diligências de rua. O seu labor foi
essencialmente desempenhado, durante toda a trajetória, na área
administrativa, atuando como Escrivão da Polícia Civil (grafia linda);
outras vezes respondendo interinamente pela chefia do Detran de Vitória
da Conquista ou titular do Detran da cidade de Poções (BA).
Deus lhe deu inteligência ímpar,
comprometimento com as obrigações e humildade admirável, características
que faziam dele um ser humano especial e amado por todos que o
cercavam.
Não era perfeito, talvez,
quem sabe, pela sua própria formação, não se preocupava muito com as
coisas da casa como móveis, utensílios, eletrodomésticos etc. Todavia
era uma pessoa farturenta a toda prova com o pão diário. Seu prazer era
ver a mesa bem cheia! Generosidade acima da média, um coração enorme e
caráter exemplar. Doava-se para com o bem-estar da sua comunidade.
Trazia o progressismo e o altruísmo dentro do peito, na alma; defensor
implacável dos mais necessitados. Vale lembrar que a sua dedicação ao
trabalho solidário fez a diferença na vida de muitas pessoas e deixou um
legado que jamais será esquecido.
Por isso, durante o golpe
militar de 1964, o nosso velho foi convocado a prestar esclarecimentos
sobre a sua assiduidade nas reuniões reformistas lideradas por José
Pedral Sampaio e outros militantes da esquerda como: professor Everardo
Públio de Castro, Ruy Medeiros e outras personalidades conquistenses.
Quase ficou preso; escapou por um triz; acredito que, talvez, por ser
servidor público do Estado: Policial Civil. Mesmo assim, nunca poupava
críticas ao prefeito nomeado Orlando Leite e ao governador Antônio
Carlos Magalhães. Nosso pai classificava ACM como um homem vingativo,
opressor e tinha ojeriza àqueles que o bajulavam.
Mesmo após tantos anos da sua
partida (05.10.1988), seu exemplo e liderança continuam presentes em
nossa forma de agir. Agradeço a Deus pela honra de ser o primogênito e
aprender muito com as suas tão valiosas lições de vida.
Sei que, onde quer que esteja,
continua olhando por mim e por toda a sua descendência familiar.
Ao nosso pai, avô,
bisavô, que a sua luz continue a iluminar os nossos corações.
Saudades eternas de sua esposa
Vanda; seus filhos Ezequiel, Maxwel, Samuel, Avaneide, Péricles, Bata,
Beth; de suas noras; dos seus netos(as) e bisnetos(as)