JEAN CLAUDE
Ricardo De Benedictis
Assisti neste domingo, na Globonews, a entrevista que
Mario Sérgio Conti fez ao Prof. Jean Claude, de 82 anos, que, embora tenha
nascido na Europa, veio ainda criança para o Brasil e foi professor do
entrevistador.
O Prof. Jean Claude descreveu o tema da entrevista que
é o tratamento dos portadores de câncer na próstata, entre os quais ele se
encontra, uma vez que foi atacado pelo tumor na próstata e três anos após a
cirurgia o câncer voltou e ele teve que submeter-se à inúmeras sessões de Rádioterapia.
Homem muito culto, ele queixa-se que os
médicos oncologistas e o médico responsável pela terapia por Rádio, através
aparelhos, em nenhum momento do tratamento conversaram com ele sobre as seqüelas
que ficariam com a radioterapia. E é algo que acontece. Ninguém conversa com o
paciente sobre o futuro. Os médicos limitam-se a dizer que o paciente é
portador de câncer de próstata (como no caso em tela) que tem de fazer 30, 40,
50 sessões de radioterapia e mais nada.
No caso dele, em São Paulo, um dos centros de excelência
no tratamento do câncer prostático, foi assim que sucedeu com o professor Jean
Claude, velho e reconhecido lente da USP.
Por falar em excelência, temos em Salvador um centro
de excelência no Hospital Santa Isabel no anexo ICB – Instituto de Câncer da
Bahia e outro no Hospital São Rafael.
A questão da incontinência ou urgência urinária que o
Prof. Jean Claude enfatizou na entrevista, é algo muito deprimente. Imagine,
leitor, um homem de 82 anos, aparentemente saudável – como é o caso do
entrevistado, que necessita de estar em locais acadêmicos ou não para conversar
e deixar seus ensinamentos e em palestras, encontros com amigos, etc, estar a
qualquer instante urinando na fralda. É algo triste e humilhante que a ciência,
embora tenha progredido na forma de alongamento da vida, não se preocupa com o
ser humano que se propõe ao tratamento.
Outra coisa que ele deixou bem clara. Se não tivesse
feito a radioterapia, teria morrido? Se sim, quanto tempo levaria? Ele disse
que nenhum dos médicos especialistas soube responder esta e outras perguntas.
Diziam apenas que ele teria dores, mas as dores têm tratamento... Segundo ele
disse durante a entrevista. Fica, pois, a questão: fazer ou não o tratamento?
A ciência deveria avançar mais para dar as respostas
que milhares de homens fazem e não têm quem responda!
O Prof. Jean Claude colocou em dúvida a parte
econômica dos aparelhos de radioterapia, que custam muito caro e cujos
fabricantes encontram-se em países como EUA e poucos outros. É um assunto que
deve ser abordado sem medo, para que, num futuro próximo, os homens possam
usufruir de tratamentos menos nocivos à sua qualidade de vida que se deteriora
muito após a radioterapia. E disso nós
temos absoluta certeza!
Temos um tema importante a tratar, vez que o câncer de
próstata ataca homens de 40, 50, 60 anos e isso pode inviabilizar suas vidas.
Primeiro, cuide-se para saber se está tudo bem com você. Depois você resolva o
que fazer.
Este assunto deveria ser recorrente nas Faculdades de
Medicina do Brasil, já que por aqui, a turma da grana preocupa-se mais em
faturar que proporcionar qualidade de vida ao paciente, o que não deixa de ser
uma tremenda falta de humanidade!